TAXI
Editora: Independente - Edição especial
Autor: Gustavo Duarte (texto e arte).
Preço: R$ 10,00
Número de páginas: 32
Data de lançamento: Outubro de 2010
Sinopse
Um músico de jazz sai para um concerto, mas esquece sua case no bar onde estava. Para voltar ao local, pega um táxi que é dirigido por um... elefante! E a confusão está apenas começando!
Positivo/Negativo
Gustavo Duarte fez de novo. Depois do sucesso de Có!, que lhe garantiu dois HQ Mix - de Publicação independente - Edição única e de Desenhista revelação-, voltou a demonstrar que, além de um fantástico chargista e caricaturista (como os leitores do Lance! sabem desde 2000), já é um grande quadrinhista.
Mais uma vez, ele aposta numa narrativa sem nenhum balão de texto, o que dá margem para mostrar seu domínio das técnicas de narrativa de uma história em quadrinhos. É quase possível enxergar o movimento dos personagens entre uma cena e outra. E a variação das expressões faciais, tanto nos seres humanos, quanto nos antropomorfizados, é de tirar o chapéu.
O roteiro é brilhante? Não. Mas é muito bem amarrado, serve para Gustavo Duarte dar vazão às suas pirações (destaque para a cena em que o taxista elefante puxa o afogador para o seu carro andar sob a água) e tem um final bastante divertido.
Outra diversão de Taxi (sem acento porque os letreiros dos "carros de praça" não o têm) é achar as muitas homenagens que o autor espalha pelas páginas. Vale enumerar algumas.
1) No começo da história, os personagens estão no São Cristóvão Bar, onde Gustavo fez o lançamento paulistano de suas duas HQs.
2) Há menções aos dois times de coração do autor: o Noroeste, de Bauru (na placa do táxi), e o São Paulo.
3) O número 32 que aparece no carro é uma homenagem a Magic Johnson, grande jogador de basquete (o esporte favorito de Gustavo) norte-americano, que brilhou por muitos anos no Los Angeles Lakers.
4) O protagonista da história encontra quatro jazzistas ainda vivos, cujos nomes foram fornecidos pelo autor: Dr. Lonnie Smith (organista), Ron Carter (baixista), Harry Conick Jr. (cantor e pianista) e Wynton Marsalis (trumpetista). Aliás, valia uma notinha para informar quem são eles aos leitores, que, como este resenhista, não são conhecedores de jazz.
5) A revista é quadrada para simular o formato de um disco antigo de jazz.
6) E há ainda referências à revista Có!.
O único senão de Taxi é que a leitura acaba muito rápido, mesmo que o leitor fique procurando referências ou admirando a bela arte. Fica um gosto de "quero mais". Sinal de que Gustavo Duarte precisa achar tempo no seu atribulado dia a dia e produzir novos quadrinhos. Os fãs agradecem.
Classificação: