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TEX # 408

1 dezembro 2003


Título: TEX # 408 (Mythos Editora) - Revista Mensal

Autores: Claudio Nizzi (roteiro) e Giovanni Ticci (desenhos).

Preço: R$ 3,90

Número de Páginas: 112

Data de lançamento: Outubro de 2003

Sinopse: A Batalha do Little Bighorn - Na última parte da trama, Tex e Carson chegam novamente para tentar evitar o confronto entre Casacas Azuis e Peles Vermelhas. Mas Touro Sentado está consultando os Espíritos; e Cavalo Louco já saiu para a luta contra a coluna do General Crook.

Daí em diante, nada pode ser feito. E ocorre a famosa batalha, cujos pré-requisitos são os anseios de glória de um homem e a sua imprudência ao penetrar no território inimigo, desprezando o seu poder de organização, o que resultou num massacre sem precedentes e numa derrota desastrosa para o exército americano.

Somente quando se viu cercado pelos índios, Custer conseguiu enxergar o terrível erro cometido, mas era tarde demais. Os inimigos avançavam como um enxame de abelhas, numerosos e fatais.

Positivo/Negativo: Bela capa! Muito condizente com o título. E sem os efeitos de computador que a Mythos tem aplicado ao original. Melhor assim, pois contrasta menos com o preto-e-branco do interior da revista. A contracapa também ficou um show, como não se via há tempos. Certamente, os fãs bonellianos terão uma tentação maior em conferir as demais revistas.

Foram 110 páginas de pura ação, de batalha. Há muito tempo não se via um episódio tão movimentado. Nizzi inovou colocando ação ininterrupta, e conseguiu fugir das antigas versões, retratando Custer como um homem de muitos defeitos e alguns valores, chegando a ser admirado por Tex em algumas passagens.

O ranger deixa bem claro que é contra a lenda e admiração em torno do General Custer, e que seu principal objetivo é evitar um confronto entre soldados e índios, o que levaria a graves conseqüências.

De todo modo, primeiro ao descobrir um complô contra Custer e depois ao desvendar algumas nuances de sua personalidade, Tex acaba por tentar mudar o destino. Observe-se que, durante a ação, ainda não se sabia o final.

Na verdade, como todo ser humano, o General era produto do seu tempo, do seu comando, de um país em expansão e necessitando de resultados, operando sob pressão econômico-financeira, e cultivando seus sonhos próprios de poder.

Por ser uma aventura que mistura realidade e ficção, abre-se um grande leque de possibilidades, mas perderá seu tempo quem fizer comparações, pois Custer foi, é, e será controverso, combatido, aclamado e copiado.

Como a grande maioria dos militares, e aí vemos o General Crook também, derrotado dias antes da grande batalha (e por que ele não ficou famoso? A resposta é: porque não morreu!), Custer subestimava os índios, confiando apenas no seu poder de fogo e no treinamento dos seus soldados.

Para eles, os índios eram incapazes de se organizar. Mas os militares não levavam em conta que eles conheciam muito bem o seu território, esqueceram que lutavam pelo mais sagrado direito: a liberdade da vida na sua terra.

Assim, sempre pela mesma imprudência, em todos os tempos da história da humanidade, tivemos grandes generais e seus exércitos invencíveis sendo derrotados por inimigos supostamente mais fracos. Deu-se com Napoleão e deu-se com Custer.

Nos desenhos, Ticci continua o show de sempre, oferecendo os melhores aspectos da batalha. Inegavelmente, ficaria ótimo um desenho em página inteira, o que fugiria ao padrão texiano, mas bastaram alguns desenhos em duas tiras, como o da página 23, ao alto, para o regozijo dos fãs.

O que não foi nada legal nesta edição foi a participação de Tex. Mesmo sabendo que não poderia mudar os rumos da história, merecia um papel melhor. O autor preferiu prendê-lo, feri-lo, colocá-lo contra a criação do mito.

Se de um lado Tex precisava estar por perto, para o seu relato ser fiel, como foi apagar logo na hora do desfecho? E justamente ferido por Lobo-que-Corre, a quem ajudou? Não dá pra imaginar as razões que levaram Nizzi a isso.

E quando Custer chega no alto da colina cercado por um mar de índios, como Tex pôde pensar que conseguiria salvá-lo, se antes não conseguiu ser ouvido por nenhuma das partes? O heroísmo ali pareceu fora de propósito. Se tivesse ficado assistindo do alto de uma colina próxima, teria sido melhor.

Uma viva para a capa do próximo mês, apresentada na quarta-capa. Neste número, o frontispício, aquela página que traz os quatro pards no início, sumiu. Em seu lugar, mas depois da história, vem uma matéria de Júlio Schneider, consultor Bonelli e Mythos, mostrando que, na Itália, os grandes nomes de vários setores culturais estão sendo homenageados, dando nomes para as ruas, e entre eles os criadores de Tex, Bonelli e Galep, o que representa uma grande honra para os familiares, amigos e, claro, para os leitores que apreciam e prestigiam os seus trabalhos há tantos anos.

Classificação:

4,0

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