TEX # 409
Título: TEX # 409 (Mythos Editora) - Revista Mensal
Autores: Claudio Nizzi (roteiro) e José Ortiz (desenhos).
Preço: R$ 4,50
Número de páginas: 112
Data de lançamento: Novembro de 2003
Sinopse: Tex é chamado pelo chefe Dakota, Urso Silencioso, para combater a evasão dos guerreiros, atraídos pelo rufar de tambores do Norte, que pregam guerras e poder. Logo de cara, sofre uma emboscada, armada por bandidos bem posicionados junto aos amigos do justiceiro e se depara com um amuleto misterioso.
Na seqüência, tem início a investigação dos fatos que ocorrem na região, e Tex, na companhia de Carson, parte em busca de respostas para algumas perguntas e, contando com a costumeira sorte, não tarda a encontrar os primeiros indícios da rede criminosa do Caveira, um ser misterioso, cuja identidade esconde-se atrás de um máscara macabra.
Positivo/Negativo: Bandidos ou mocinhos utilizando máscaras para atingir os seus objetivos sempre foram uma constante no mundo do faroeste. O próprio Tex já adotou essa tática para amedrontar os adversários. Alguns bandidos as usam para assombrar os próprios asseclas ou apenas esconder o rosto.
É um argumento de múltiplas faces para ser explorado, que oferece ao roteirista a chance de trabalhar com várias situações e, no final, escolher a melhor. Nesta história é possível imaginar quem seja o Caveira, pois Nizzi não é dado a muito suspense. Mas sempre poderá surpreender ao final.
Os desenhos de Ortiz, na sua interpretação pessoal do ranger e do Velho Oeste, são muito escuros, com situações de sombras tão densas que fica difícil ver certas cenas, como a que abre a história, apesar de ser de manhã. Além disso, são cheios de detalhamento nas roupas e nos rostos dos personagens, tornando-os sujos e mais velhos e sofridos.
Não é a primeira vez que Tex é chamado para acabar uma rebelião indígena (isso já ocorreu em Tex # 50). Não é a primeira vez que sua chegada é esperada pelos bandidos devido ao vazamento de uma informação (Tex # 104). Não é a primeira vez que um agente indígena está envolvido com bandidos (Tex # 58). E nem será a última do ranger contra um bandido mascarado, mas espera-se que seja a última em que a cavalaria aparece do nada.
O raciocínio é simples: os índios estavam em seu território, divididos em três grupos e não perceberam o avanço de um pelotão inteiro? Sabemos que nada escapava aos seus olhos, especialmente durante os conflitos com os brancos, ainda por cima comandados por um homem astuto como o Caveira.
Ainda quanto ao roteiro, incomodam um pouco os acessos de sorte que acometem os protagonistas. Depois da cavalaria salvá-los, surge um velho soldado que lhes faz algumas revelações e indica-lhes outra pessoa que sabe mais. Seriam preferíveis ações investigatórias e deduções pessoais, tiradas fantásticas e golpes de sorte distintos. O leitor da revista está mais acostumado a um interrogatório com pancadas ou uma perseguição implacável, do que ao surgimento de alguém que os coloca na pista certa. Só falta colocar um 0800 para o pessoal denunciar o bandido.
A capa está bonita, uma aproximação que permite identificar o alto grau de atenção de Tex para uma situação de perigo e seu ar destemido a intimidar o inimigo, favorecido pelo ângulo da tomada de baixo para cima. A máscara com um ponto brilhante é que deixou a desejar, de forma que alguém pode até perguntar o que é aquilo.
Alguns pontos que chamam a atenção e merecem ser bem observados: o rápido duelo de Kit Carson com um índio, no início da história; a bela cena do esconderijo do Caveira, feita para impressionar e passar a idéia de inexpugnável, como Alcatraz nos bons tempos; a primeira cena da página 50, na qual é mostrado, no primeiro plano, um peixe caçando; a composição da página 66, com alguns veados observando a passagem dos rangers; a bela tomada da página 73 quando os índios vindos de três lados isolam Tex e Carson e parece que é o fim da linha.
Por fim, tivemos direito a várias tomadas do alto, que favorecem o entendimento da cena, sempre com belas paisagens, uma inovação agradabilíssima.
Por fim, uma mancada: na página 13, três índios vão atrás de Carson. Na página 15, ele abate um e diz que falta só um. Onde ou como sumiu o outro?
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