TEX # 415
Autores: Mauro Boselli (roteiro) e Guglielmo Letteri (desenhos).
Preço: R$ 4,50
Número de páginas: 112
Data de lançamento: Maio de 2004
Sinopse: Ao sul do Rio Grande - Juan Raza é um ex-comancheiro que já deu muito trabalho a Tex, Carson e Morisco (em Tex # 367-370) e agora se tornou um ranger, doutrinado pelos nossos heróis e o velho Jesse, um ranger perto da aposentadoria.
Raza é muito astuto e consegue grandes proezas contra os bandidos, atraindo ódio dos ex-camaradas e inveja dos próprios companheiros da lei. Por isso, somente com a ajuda dos nossos heróis conseguirá dar a volta por cima.
Ele é acusado de matar os companheiros de escolta de um carregamento de ouro e desaparecer com o produto do roubo, juntamente com muitos bandoleiros. Mas Tex não acredita plenamente que tenha feito isso e desconfia de um plano diabólico para pô-lo em desgraça.
Positivo/Negativo: Logo na capa há problemas: devido ao tamanho reduzido, o crédito do desenhista foi cortado. Além disso, a arte difere da italiana.
No afã de produzir capas bonitas e chamativas, o desenhista acaba pecando num quesito básico: a iluminação, que sugere um pôr-do-sol, mas só aplica esse recurso na pedra ao fundo, não estendendo o efeito para os elementos principais - Tex e Carson.
A aventura é muito bem conduzida, do ponto de vista do roteiro, pois os personagens foram atuando de forma lenta e contínua, para criar vínculos fortes com o leitor, que começa se afeiçoando ao garoto Morenito, que confere ao enredo fatores mais humanos, com pessoas simples.
Depois, o mesmo ocorre com o velho Jesse, um homem no fim da carreira, com seus problemas senis e lutando para não se render às seqüelas do tempo; e com Juan Raza, personagem carismático, que tem o mesmo ímpeto de Tex, fazendo-o ser admirado e odiado por amigos e adversários.
O texto enfatiza veementemente valores como amizade, ética e moral, pois a mudança radical de Raza e a permanência do lado da lei, ainda que administrando isso a seu modo, é um grande aprendizado e reforço para texianos principiantes e com longa estrada na saga do Águia da Noite.
Os fãs veteranos estão mais do que acostumados à arte de Letteri . Portanto, nada de novo. Isso não diminui seus méritos, mas também não os eleva. Seus longos préstimos ao personagem fazem-no caminhar seguro nas seqüências, sem erros nos desenhos.
Vale chamar a atenção para os desenhos noturnos, nos quais pode-se definir a cena com perfeição, tendo-se a sensação de estar no escuro, mas sem prejuízos visuais. Estas seqüências dinamizam a leitura, pois não é preciso ficar procurando informações onde não se enxerga nada, como acontece naqueles desenhistas que enegrecem demais as cenas.
Quanto ao acabamento gráfico, a edição está perfeita e como confirmam as cartas dos leitores no Correio do Oeste, Tex está em grande fase na Mythos.
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