TEX # 429
Título: TEX # 429 (Mythos
Editora) - Revista mensal
Autores: Mauro Boselli (roteiro), Alfonso Font (desenhos) e Claudio Villa (capa).
Preço: R$ 4,90
Número de páginas: 112
Data de lançamento: Julho de 2005
Sinopse: Os Lobos Vermelhos - Se no Velho Oeste sempre havia alguém precisando de ajuda contra os malfeitores, os problemas envolvendo os índios eram permanentes e sucessivos, com ênfase no domínio do território, desde tratados e guerras entre tribos, tráfico de armas e bebidas, questões culturais e econômicas e caça a animais e objetos sagrados.
Dois índios de tribos rivais que se admiram e se respeitam, onde cada um impõe derrotas e até humilhações misturadas a atos de brio e tolerância, travam um duelo desde a infância, golpe após golpe, até chegar num momento em que surge a influência dos brancos. E tudo pode acontecer.
Poderiam os índios sioux e cheyennes viverem em paz com os pawnees, que aceitaram viver em paz com o homem branco, que constantemente invadia seu território e os obrigavam a irem cada vez mais longe para conseguir alimento?
Uma caravana vai para a Califórnia atravessando o território índio e recebe a ajuda de Tex e Jack Tigre, que lhes orienta a procurar um local para passar o inverno que chega. Ao pararem em Loup Fork, uma agência indígena, ficam sabendo que o agente local tenta apaziguar as tribos da região e conseguiu uma reunião entre representantes do governo e das nações indígenas, para assinar um tratado de paz.
Positivo/Negativo: Com este ingredientes, esta aventura prende o leitor até o último desenho.
No enredo, Boselli usa vários personagens importantes para dar vigor à trama e manter o leitor atento e ansioso pelo desenrolar dos fatos. Além dos índios beligerantes, há o agente índio, o professor que se torna militar e o garoto curioso.
Em certos pontos, o roteiro fica complexo e necessita de atenção para se entender, o que pode agradar leitores com tino para suspenses e mistérios. Mas ao longo da aventura, tudo vai se encaixando. E alguns temas que só serão destrinchados nas páginas finais.
Os desenhos do Font são ruins para o padrão Tex (nota do UHQ: esta é uma opinião pessoal do resenhista e não é compartilhada por todos no site). Apesar de o protagonista ser o mesmo durante toda a revista, ele é muito feio.
É inevitável uma comparação com o trabalho de Font no Tex Gigante 7 - Os Assassinos, com personagens feios e pobres em detalhamento. Nesta edição, ele está um pouco melhor. O desenhista lembra José Ortiz quando o assunto é contraste de branco e preto e Ivo Milazzo quanto à economia de traços.
Geralmente, Font trabalha no primeiro plano e abdica da profundidade de campo, o que dificulta para o leitor notar a ambientação. Nas cenas abertas, o fundo se restringe a algumas linhas que delineiam morros e cabanas e o céu nublado ou não, sem qualquer nitidez ou detalhes. De repente, sente-se uma enorme saudade do Magnus e de Aldo Capitanio.
O acabamento gráfico da revista está bem feito. No aspecto editorial, há apenas uma troca de letras na página 29, quarto quadros - está grafado "estão" e o correto seria "então".
Agora os números: Tex dispara 11 vezes e, como é infalível, são contabilizados 11 mortos, sendo oito índios e três cavalos (em certo momento, ele fala para atirar nos animais).
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