Título: TEX ANUAL # 5 (Mythos Editora) - Revista anual

Autores: Nizzi (roteiro) e Repetto (desenhos).

Preço: R$ 13,50

Número de páginas: 368

Data de lançamento: Dezembro de 2003

Sinopse: Rio Hondo traz uma história de ganância. Uma terrível organização composta por homens bem situados economicamente quer se apossar dos pastos a Oeste do Rio Pecos no Novo México.

Para isso, expulsa os fazendeiros pagando ninharias pelas terras ou distribuindo chumbo quente, até chegar a vez de um homem bravo e acostumado com problemas agrários, que recebe a ajuda do maior justiceiro do Oeste. E tem início uma reviravolta carregada de socos, cavalgadas e tiros.

Positivo/Negativo: A idéia de brindar os leitores com uma matéria sobre os navajos logo de início foi muito feliz, pois, pela primeira vez, todos os fãs tiveram a chance de conhecer melhor esses indígenas que tanto encanto causam nos texianos.

O texto final sobre os rangers merece aplausos por dirimir as possíveis dúvidas dos leitores, que, às vezes, perguntam o que significa a palavra.

Ultimamente, a cada revista ou especial, diluem-se as últimas dúvidas que os leitores tinham sobre Tex e seu mundo. Só faltou dizer que na Itália sempre se usou a palavra Ranger e nunca o termo Guarda Rural, como apareceu aqui nos tempos da Editora Vecchi.

O roteiro é bem trabalhado por Nizzi, chegando a ser monótono em algumas passagens em que o leitor quer logo a ação propriamente dita.

Todavia, as personagens agem levemente, preparando o terreno para o desfecho da ação, e logo começa outra e outra, todas bem amarradas. Não fica suspense para trás, e o leitor acompanha a aventura certo do que vai acontecer logo à frente, tudo em tempo real.

Para este tipo de aventura - lançamento especial - o autor reveste Tex com uma roupagem diferente: abunda heroísmo, sobra inteligência, astúcia e coragem. De fato, ele e seus parceiros não correm o menor perigo do começo ao fim, como é comum nas histórias da série normal. Eles são o perigo, pois intimidam o adversário, ditam o ritmo da trama e escolhem a forma de encostar o inimigo contra a parede.

Como nada no mundo é perfeito, temos uma amostra de "briga em família", pois o filho do chefe da organização criminosa passa a ajudar os justiceiros e enamora-se pela filha do principal inimigo do seu pai. Assim, a trama penetra num terreno escorregadio que pode proporcionar grandes fatos, trágicos ou não. Devido ao enfoque da história, isso foi amenizado.

Mais uma vez, a exemplo do que já acontecia com G. L. Bonelli (vide Tex # 2, Tex Almanaque # 20), Nizzi encontrou uma forma de justiça da qual Tex não participa: ou ocorre uma vingança ou o próprio bandido morre por imperícia e/ou imprudência durante sua fuga.

Neste caso, uma viúva vingou o marido e pôs fim à carreira do principal bandido e do seu braço direito.

Uma matéria pós-história traça um paralelo entre os dois escritores responsáveis por Tex, situando cada um segundo suas características e deixando aos leitores a escolha do seu predileto. De fato, são rumos distintos. Como diz o cronista, a cada novo roteirista, as histórias vão se distanciando mais e mais do originalíssimo G. L. Bonelli.

Os desenhos ficaram muito bons. O argentino Repetto saiu-se tão bem, que foi convidado para outros trabalhos bonellianos e retornará brevemente em nova aventura.

Ainda assim, cometeu falhas como a da página 222, em que o bandido Teleran, o mexicano, aparece com a arma no coldre no quarto quadro, depois de tê-la largado na página anterior. E no quadro seguinte está sem ela novamente. Fica a pergunta: como isso passou pelo controle de qualidade?

Ponto para a Mythos: no original italiano ocorreu uma falha na página 339, quando duas tiras foram invertidas, causando uma trapalhada seqüencial, mas a editora brasileira soube corrigir o problema e imprimiu na ordem mais adequada.

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