Editora: Mythos Editora - Revista bimestral

Autores: Claudio Nizzi (roteiro), Giovanni Ticci (desenhos) e Aurelio Galleppini (capa).

Preço: R$ 8,40

Número de páginas: 216

Data de lançamento: Julho de 2004

Sinopse

O Garoto Selvagem - Há quinze anos, nas geladas montanhas Sangue de Cristo, estado do Novo México, uma caravana de pioneiros foi atacada pelos índios arapahos. O saldo da batalha: muitas mortes de ambos os lados e o desaparecimento de um menino com um ano de idade.

Tempos depois, o pai do garoto ainda não desistiu de encontrá-lo. Ajudado por Tex e Carson, eles vão se embrenhar na inóspita região para percorrer as aldeias indígenas certos de que o menino está em uma delas. Mas uma enorme surpresa os aguarda.

Positivo/Negativo

Eis mais um clássico moderno de Tex, otimizado pelos desenhos, sempre belíssimos, de Giovanni Ticci, com roteiro de Claudio Nizzi.

Aliás, quanto à autoria do roteiro, apesar da revista creditá-lo a Giovanni Luigi Bonelli, ela é mesmo de Nizzi, como confirma o site oficial da Sergio Bonelli Editore.

No entanto, mesmo sem essa informação, o fã de Tex mais atento perceberia quem é o verdadeiro autor. Apesar de serem constantemente comparados, há, sim, diferenças entre Bonelli e Nizzi. É possível inferir que, enquanto o ranger de Bonelli é mais durão; o de Nizzi é ligeiramente mais humano. Não se vê o Tex de Bonelli dizer frases como "Também sou pai e posso entendê-lo" (página 195), por exemplo.

Atualmente, fala-se - e também critica-se - a respeito de um processo de humanização para Tex, promovido por Nizzi nos últimos anos. Contudo, parece que o autor entendeu isso como um enfraquecimento do herói diante dos seus inimigos.

Nesta história, porém, é diferente. Nizzi ainda estava no auge e mostra Tex como uma pessoa sincera e amigável, ou seja, humana, ao mesmo tempo em que é um homem corajoso e decidido.

E aí está mais um ponto positivo dos desenhos de Ticci. No seu traço, Águia da Noite se torna um personagem de rosto marcado pelas experiências, alguém constantemente alerta, atento a todos os detalhes, adequado à personalidade do herói.

O maior vilão da trama é, como sempre, aquele que talvez seja o pior inimigo de Tex: a ganância, ambição sem escrúpulos. E daí vem uma das razões do sucesso do ranger. Como entretenimento, válvula de escape da realidade, suas revistas sempre funcionaram muito bem, pois apresentam um mundo passado, envolvido em lendas, que, aos olhos dos leitores, revela-se como uma terra de bravos, onde os homens, levados ao limite, mostravam sua grandeza. E com decisão, coragem e otimismo, podiam esmagar as injustiças e a corrupção.

Deve soar um tanto politicamente incorreto, mas não raro os leitores sentem um leve prazer com Tex humilhando e punindo o prepotente da vez.

Enfim, é uma história boa, bem delineada, de argumento interessante, com ação e um certo apelo emocional. Recomendada.

A revista ainda nos traz duas matérias: uma referente à ocasião em que Ticci desenhou um estandarte para a famosa corrida de cavalos Palio de Siena e a outra comentando o desenho animado Spirit - O Corcel Indomável.

Classificação