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TEX GIGANTE # 12 - MERCADORES DE ESCRAVOS

1 dezembro 2003


Título: TEX GIGANTE # 12 - MERCADORES DE ESCRAVOS (Mythos Editora) - Edição Especial

Autores: Claudio Nizzi (roteiro) e Manfred Sommer (capa e desenhos).

Preço: R$ 12,90

Número de páginas: 240 páginas

Data de lançamento: Outubro de 2003

Sinopse: Garotos estão sumindo de algumas vilas no sul do Arizona e no norte do México. Tex e Carson são chamados para investigar e logo descobrem uma pista quente a ser explorada.

No entanto, existe uma vasta rede de informantes formada por xerifes, comerciantes e militares sob as ordens de um rico fazendeiro, que coloca um grupo armado contra os dois destemidos justiceiros.

Segue-se, então, uma perseguição insana, ponteada de reviravoltas fenomenais, como a emboscada no bosque durante a noite, a fuga da prisão sob o perigo da "Lei de Fuga", o providencial surgimento de um jornalista que os salva das mãos dos rurales, e a troca de roupa que os levou ao covil dos bandidos.

Positivo/Negativo: Como sempre, sem arredar pé das suas qualidades e convicções, Tex parte numa aventura recheada de perigos, rumo ao desconhecido. Sua missão é salvar os garotos seqüestrados e, posteriormente, acabar com o bando que escraviza os pequenos.

O leitor fica absorto em pensamento ao analisar a temática, já que em nosso tempo é raro encontrarmos amigos como Tex, dispostos a perder uma parte do seu tempo para ajudar ao próximo, pois estão todos sempre tão ocupados nos seus afazeres, ou em baladas fúteis. Sem contar aqueles que só atrapalham e ainda os voltados para o mal.

A matéria e a entrevista com o desenhista convidado, características do Tex Gigante, representam, no mínimo, um charme para a edição. De cara, o leitor é lançado num mar de HQs de Manfred Sommer, conhecidas ou não, mas que sempre servem de carimbo para novas incursões neste mundo maravilhoso.

O Tex Gigante ou Texone, como é chamado na Itália, também é história. A cada edição é traçado um paralelo com fatos reais de um passado remoto, que figura como pano de fundo na aventura.

Isso torna possível viajar por dois mundos distintos. No real, com a dureza daqueles homens aguerridos, ocupando um território vasto e desconhecido, se defrontando com os nativos e jamais olhando para trás. E quando se passa tudo para os desenhos, os autores nos "emprestam" olhos para vermos aqueles dias de cão, nos quais era preciso ser muito "macho" para sobreviver por muito tempo a tantos perigos.

Quando se estuda História, os fatos são contados de modo superficial, muitas vezes "para inglês ver", fugindo léguas ao cerne da verdade. Contudo, as aventuras texianas das edições especiais se baseiam em pesquisas sérias, entrevistas, tudo para manter nos leitores a grande confiabilidade que sempre depositaram no título. Assim, 'possível afirmar, sem dúvida, que Tex também é cultura.

A trama desta edição é muito bem construída. A elaboração ficou meio comprometida, pois com tão grande número de bandidos, alguns entraram e saíram de cena sem muita definição.

Exemplos: o condutor da carroça que leva os garotos seqüestrados é o mesmo homem que reaparece nas páginas 45, na cantina, mas nada acontece com seu ele. O bandido que comanda a emboscada na trilha (73 a 81), some depois do episódio seguinte, quando os Rangers fogem da prisão. O brutamontes Dago desaparece sem deixar vestígios.

Todavia, funciona bem como entretenimento e lazer. O mais difícil é parar de ler antes do final, pois sem uma apurada análise estes dados passam despercebidos.

No item desenho, Sommer alternou momentos de muita competência, que realmente comprovam que se sentiu à vontade desenhando um Texone, e alguns deslizes, infelizmente, bem comuns nos últimos tempos. Confira:

1) Como Tex e Carson conseguiram juntar tantas pedras para a encenação que enganou os bandidos, no escuro, em tão pouco tempo, sem chamar a atenção, na página 79? Seria praticamente impossível.

2) A página 86 começa maravilhosa, com uma bela cascata, mas no último quadro surge uma ponte não se sabe de onde. E depois ela não aparece mais, embora haja vários ângulos nos desenhos seguintes.

3) Na página 140, segundo quadro, Tex e o jornalista têm à sua frente xícaras e pires, enquanto Carson está com uma taça. Mas no momento do brinde final, na página 142, os três estão segurando copos! Houve uma falha de continuidade.

Além disso, na página 178, segunda tira, a palavra "mineradoras" saiu grafada como "meneradoras". Já na 228, quinto quadro, houve uma troca de palavras: "E pra é que, então?", no lugar de "e pra que é, então?".

Classificação:

4,0

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