TEX GIGANTE # 16 – O PREÇO DA VINGANÇA
Título: TEX GIGANTE # 16 - O PREÇO DA VINGANÇA (Mythos
Editora) - Revista especial
Autores: Claudio Nizzi (roteiro) e Carlos Ambrosini (capa e desenhos).
Preço: R$ 12,90
Número de páginas: 244
Data de lançamento: Outubro de 2005
Sinopse: Tex e seus pards estão a caminho do Forte Lewis, quando são atraídos por um tiroteio. Um homem branco é perseguido por um punhado de índios cheyennes. Chegando à fazenda, são postos a par dos últimos acontecimentos.
O chefe da família Mallory é um fazendeiro balizado pelo ensinamento bíblico que optou por viver confinado num lugar bonito e fértil para se livrar dos males das cidades, mas, em cujas terras tem ouro - que ele não explora, por conhecer os perigos do vil metal.
Segundo a versão da família, a causa da perseguição dos índios foi um ataque dos soldados a uma tribo cheyenne, no qual Nathan, um dos filhos do fazendeiro participou, há alguns anos. No entanto, ninguém entende por que só agora o Lobo Vermelho resolveu aparecer - o que é revelado no decorrer da trama.
Por trás do índio está Juke Tompkins, o testa-de-ferro de um grupo interessado na saída dos colonos. Para piorar, o dinheiro de um comerciante de Durango compra até o apoio do comandante do Forte Lewis.
O conluio dos homens poderosos da região com o chefe Lobo Vermelho, que tem uma rusga pessoal com Nathan, ocasionada pela disputa pelo coração de uma índia, criou uma situação que pende para o injusto aniquilamento dos Mallory, que não aceitam vender o rancho e resolvem lutar pelos seus direitos.
A chegada providencial de Tex à região é o contrapeso que fará o pêndulo equilibrar no primeiro momento e, depois, decair em favor da justiça, que deve favorecer os homens do campo.
Todavia, novos segredos são revelados envolvendo os dois inimigos Lobo Vermelho e Nathan Mallory, e somente com grande habilidade e astúcia, Tex consegue fazer as partes decidirem o seu destino sem deixar brecha para conflitos posteriores.
Positivo/Negativo: Nizzi construiu uma história com textos ágeis e claros, levando o herói de uma situação a outra com objetividade, escalando com sabedoria o caminho que levará ao desfecho, sem deixar rastros ou perspectivas para explorar.
Impossível não comparar essa agilidade contextual com um filme western dos bons tempos, quando o mocinho chegava numa cidade e ia descobrindo os bandidos e eliminando-lhes um a um, até chegar no chefão.
O roteiro brinda o leitor com uma emboscada "à prova de falhas", pois são oito bandidos cercando de todos os lados a uma caça desprevenida - se é que alguém pode imaginar que vai pegar Tex e Carson de surpresa. Outro ponto alto do enredo é a perseguição no trem.
Em muitos momentos, os desenhos fazem lembrar a arte de Milazzo (em Tex Gigante # 8 - Sangue no Colorado), e Ambrosini confiam, na entrevista no início da edição, que trabalhou com ele e foi influenciado pelos traços do co-criador de Ken Parker.
Por ser o primeiro trabalho do Ambrosini com Tex, ele se saiu bem. Percebe-se, porém, que nas tomadas campais, seus traços são menos precisos do que em cenas urbanas.
A perseguição no trem foi muito bem construída e representa o ponto alto do desenhista. Mas as caracterizações de Águia da Noite (na capa o herói está com mãos enormes, a cabeça pequena e praticamente sem pescoço) e do índio Lobo Vermelho deixaram a desejar. Aliás, aos indígenas, Ambrosini conferiu um perfil paupérrimo e maltratado, certamente a sua visão do homem-vermelho norte-americano daqueles tempos.
A expectativa da trama perdurou até o fim, mesmo com o líder dos bandidos fora de combate algumas páginas antes do final. Isso porque a imaginação fértil de Nizzi proporciona um final diferente, original, mirabolante.
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