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THE BOYS – O NOME DO JOGO

1 dezembro 2010

THE BOYS - O NOME DO JOGO

Editora: Devir Livraria - Edição especial

Autores: Garth Ennis (roteiro) e Darick Robertson (arte), Tony Aviña (cores) - Publicado originalmente em The Boys # 1 a # 6.

Preço: R$ 39,50

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Abril de 2010

 

Sinopse

Num mundo em que heróis uniformizados cortam os céus e vigilantes mascarados espreitam à noite, alguém precisa cuidar para que esses "supers" não saiam da linha.

E os responsáveis por isso são os perigosos Billy Carniceiro, Hughie Mijão, Leite Materno, o Francês e a Fêmea, que formam The Boys, uma equipe da CIA que caça os superseres da Terra que ultrapassam os limites da lei.

Afinal, muitos super-heróis precisam ser vigiados, controlados ou até retirados de cena.

Positivo/Negativo

Quem é leitor de quadrinhos há pelo menos dez anos sabe bem que o roteirista irlandês Garth Ennis, criador da cultuada série Preacher e talvez o melhor escritor que o Justiceiro teve, não esconde de ninguém que não gosta de super-heróis. Mais: sempre que pode, dá uma cutucada no gênero.

Já foi assim na divertida A Pro., em que uma prostituta boca-suja ganha superpoderes e apronta todas e mais algumas.

Por isso, quando The Boys foi anunciado, nos Estados Unidos, os leitores já sabiam o que esperar. O que causou estranhamento foi a série sair, inicialmente, pela DC Comics, a mais tradicional editora de super-heróis.

E o que rolou é que, mesmo vendendo bem, em janeiro de 2007, The Boys foi cancelada, sem motivo, pela editora de Batman e Superman após o primeiro arco.

Sorte que, dias depois, a Dynamite assumiu a série e a publica até hoje.

Neste primeiro arco, cujo nome (como explica o editorial) deveria ser Tocando um puteiro, Ennis mostra novamente seu jeito "todo especial" de retratar os superseres.

Para comemorar uma missão bem-sucedida, a Tropa Terror, uma equipe de jovens combatentes do crime, promove surubas - e as prostitutas, que são humanas normais, saem muito, muito prejudicadas.

E mais: vários desses heróis adolescentes têm relações homossexuais entre si.

Estelar, uma jovem, bela e quase virginal heroína decide se juntar à Equipe dos Sete, uma versão distorcida de Liga da Justiça. Mas, para ser aprovada, é "intimada" pelo Patriota (o "Superman" do time) a fazer sexo oral nele e em outros integrantes do grupo.

Durante uma perseguição, Trem-A, o velocista da Equipe dos Sete, literalmente atropela uma moça e nem se importa de o namorado dela ter ficado apenas com os braços da jovem nas mãos. Afinal, o mundo precisa dele.

Deu pra sentir o porquê do editor dizer que o nome "ideal" para este arco era outro, né?

Este álbum segue a linha de materiais como Authority e Supremos, só para citar alguns, de mostrar que não é por terem ganhado superpoderes e combaterem o crime que as pessoas se tornam "santas".

Pelo contrário, as perversões sexuais, o interesse por dinheiro, a atividade de super-herói vista como um negócio só ganham novos patamares. Afinal, os personagens vivem no mundo (quase) real.

O roteiro em si não tem nada de extraordinário ou inovador, mas é bem amarrado, apresenta os personagens com competência, explica como a equipe The Boys tem poderes para caçar super-heróis e, o principal, entretém.

Este primeiro arco, em que Billy Carniceiro decide voltar a detonar poderosos fantasiados (com o aval da CIA, obtido após algumas sessões de sexo selvagem com uma chefona do órgão de inteligência norte-americano) mostra a equipe sendo remontada e deixa vários pontos a serem explorados. Como a relação do Carniceiro com o Patriota.

Na arte, Darick Robertson (de Transmetropolitan)
dá conta do recado. Seu traço se adéqua à proposta do roteiro.

Mesmo pecando por vezes na anatomia dos rostos e nas expressões faciais de alguns personagens e ousando pouco na diagramação das páginas, ele impõe uma boa narrativa à trama, com destaque para as cenas de pancadaria, em que o sangue jorra para todos os lados.

O álbum traz como extras as seis capas da série e esboços conceituais
comentados pelo desenhista nas páginas finais. Mas fazem falta as minibiografias
dos autores.

Editorialmente, a Devir faz um trabalho competente, mas precisa atentar mais à revisão. Não há nada gritante, porém um erro incomoda por ser recorrente em outras publicações da casa: "à uma", que aqui aparece no texto de introdução do comediante e ator Simon Pegg (que serviu de inspiração para o visual de Hughie Mijão). Antes de artigo indefinido não se usa o acento grave.

Mas isso em nada diminui o mérito da editora em trazer este interessante material ao Brasil. Que venham logo os próximos álbuns.

Classificação:

4,0

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