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THE DARK AGE - GRIM, GREAT & GIMMICKY POST-MODERN COMICS

1 dezembro 2012

THE DARK AGE - GRIM, GREAT & GIMMICKY POST-MODERN COMICS

Editora: TwoMorrows - Livro teórico

Autor: Mark Voger.

Preço: US$ 19,95

Número de páginas: 168

Data de lançamento: Janeiro de 2006

 

Sinopse

Coletânea de entrevistas e artigos sobre a Era Sombria dos quadrinhos, que ocorreu nas décadas de 1980 e 1990.

Positivo/Negativo

A trajetória da chamada Era Sombria dos quadrinhos pode ser identificada por dois movimentos distintos. Primeiro, com o lançamento de Watchmen e Batman - O Cavaleiro das Trevas, em 1986, veio o amadurecimento das revistas de super-heróis, que se voltaram para adultos e estabeleceram novos parâmetros para a arte sequencial.

Depois, com o esgotamento do gênero e autores menos capazes, na década seguinte, foi a vez de eventos bombásticos como A morte do Superman e A queda do Morcego, bem como do surgimento da Image Comics, editora fundada por desenhistas superstars que privilegiavam a arte em detrimento de uma boa história.

Boa parte da atual geração de leitores de quadrinhos acompanhou de perto esses últimos acontecimentos, e pode ter em The Dark Age - Grim, Great & Gimmicky Post-Modern Comics uma interessante fonte de recordações sobre a história recente dessa mídia.

Da mesma forma, os mais novos poderão entender melhor o fascínio que as obras de Frank Miller e Alan Moore exerceram quando publicadas pela primeira vez.

Apesar do tema pertinente, o livro assinado por Mark Voger traz poucas informações realmente inéditas para quem acompanhou a indústria de quadrinhos nas últimas décadas. Há entrevistas com alguns dos fundadores da Image (com ausência do polêmico Rob Liefeld), o ex-editor de Batman Denny O'Neil e até o quadrinhista e teórico Scott McCloud, mas elas vão pouco além do básico.

Logo por tentar cobrir uma variada gama de acontecimentos e artistas distintos é que o livro trata tudo com superficialidade. Ainda é curioso notar que uma das matérias mais extensas nem ao menos versa sobre quadrinhos, mas explora o envolvimento do produtor de cinema Michael Uslan com os filmes do Cavaleiro das Trevas. Não que ele não tenha sua importância e mereça ser conhecido, mas é um espaço que poderia ser mais bem aproveitado com material sobre a nona arte.

O ponto positivo vai para as entrevistas com quadrinhistas menos badalados do período.

Se uma retrospectiva da megassaga Crise nas Infinitas Terras acrescenta pouco ao leitor mais experiente do gênero super-heróis, o mesmo não pode ser dito de entrevistas com Brian Pulido, fundador da Chaos Comics, e David Lapham, mais conhecido pela série independente Balas Perdidas.

Pulido antecipou a atual febre dos vampiros zumbis com sua linha de quadrinhos de horror que, como definiu, ficavam no meio termo entre Vertigo e Image.

Também marcam presença James O'Barr, criador do sucesso O Corvo, Mike Allred, de Madman, e o ex-editor da Marvel Jim Salicrup, contando sobre a decisão de criar um novo título do Homem-Aranha para o então artista-sensação Todd McFarlane.

Por outro lado, é fácil notar a ausência do consagrado escritor Neil Gaiman, um dos maiores expoentes dos quadrinhos na fase abordada por conta do essencial Sandman.

Superseres musculosos, mulheres sensuais de curvas improváveis, armas gigantescas e anti-heróis sem apreço pela vida humana. Quem viveu a década de 1990 sabe como esses elementos marcaram os quadrinhos.

The Dark Age apresenta oito páginas coloridas com as mais marcantes tendências da época, nas quais o excesso das bad girls se opõe ao realismo nostálgico de Alex Ross.

Mesmo para os historiadores, fica difícil precisar com exatidão o término da Era Sombria. Grant Morrison, por exemplo, em seu livro Supergods, aponta para a atual Era do Renascimento, surgida a partir de títulos como a sua Liga da Justiça e The Authority, de Warren Ellis.

Já Voger vai até a mais recente Crise infinita, sem muitas justificativas para suas opções. Vale notar que o livro tem mais a proposta de expor a visão pessoal de artistas sobre trabalhos de impacto do que demarcar limites históricos. Por isso, apesar de suas falhas, é leitura para os fanáticos por informação.

 

Classificação:

4,0

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