The Flash # 151
Editora: DC Comics – Revista mensal
Autores: Mark Waid, Brian Augustyn e Joe Casey (roteiro), Paul Pelletier e Duncan Rouleau (desenhos), José Marzan, Jr. e Aaron Sowd (arte-final) e Tom McCraw (cores).
Preço: US$ 1,99
Número de páginas: 40
Data de lançamento: Agosto de 1999
Sinopse
Em seus dias de atuação como Kid Flash, Wally West conta com amigos muito especiais para impedir uma invasão da Cidade Gorila à América.
Positivo/Negativo
No meio de duas grandes sagas estreladas pelo homem mais rápido do mundo, a DC escalou os talentos de Joe Casey e Duncan Rouleau para contar uma história do passado de Wally West.
The Flash #151 saiu após a conclusão de Futuro Relâmpago, e antes da estreia do arco centrado no “Flash Negro”. E a dupla criativa revelou-se uma aposta certeira por parte da editora, já que conduz a narrativa no melhor estilo de sucessos cinematográficos oitentistas, como Curtindo a vida adoidado e Sem licença para dirigir, que tanto marcaram infância e adolescência de uma geração.
Por meio de anotações no diário pessoal de Wally, roubado por uma versão alternativa do próprio herói, o leitor é conduzido a uma aventura de qualidade inquestionável, com todos os aromas da juventude e uma nostalgia deliciosa.
O texto de Casey é pura curtição, focando os dias de Wally West como Kid Flash, mas com um diferencial que salta aos olhos. O velocista podia dar voltas ao planeta em poucos minutos e tinha contato com os grandes heróis da Liga da Justiça, mas em sua identidade civil ainda nem possuía carteira de motorista.
Centrado nessa dicotomia interessante entre super-herói e identidade secreta, o autor apresenta um conto singelo sobre amadurecimento. O jovem herói, diante da ameaça de uma invasão da Cidade Gorila, decide resolver tudo sem auxilio dos mentores adultos, contado apenas com a carona de um amigo da escola de seus parceiros da Turma Titã, Robin e Aqualad.
Há interessantes brincadeiras com a cronologia do Universo DC, inclusive uma sacada sobre a história dos peixes sorridentes, da fase de Batman produzida por Steve Englehart e Marshall Rogers.
Os desenhos de Duncan Rouleau são angulosos e bem fora dos padrões, mas é fato que o estilo deslocado numa aventura de Batman combina perfeitamente com esse clima adolescente “zoeiro” do enredo de Casey. Bem dinâmico, cheio de energia, sem descaracterizar figuras mais conhecidas.
A cena em que Aqualad conjura uma baleia é exemplo claro disso, mas a edição inteira surge carregada de detalhes curiosos.
Os criadores regulares do título, Mark Waid, Brian Augustyn e Paul Pelletier, marcam presença na primeira e na última página, contextualizando-a ao momento em que se encontrava aquele universo. Bola dentro do editor Joey Cavalieri, que também era pura empolgação mensalmente na seção de correspondência.
Tramas de edições “tapa-buraco” costumam ser bem esquecíveis, mas vez por outra sai algo digno de nota.
Casey e Rouleau, apesar de suas qualidades, não costumam conquistar reconhecimento merecido entre os fãs. Eles passaram pelas aventuras do Superman apagados perto de nomes como Jeph Loeb e Ed McGuiness, e em títulos mais alternativos ainda não lograram o merecido sucesso.
Mas em pérolas menores, como neste conto do jovem Kid Flash, provaram que não brincam em serviço. Inédita no Brasil (infelizmente), a história garante os momentos de diversão acelerada que se espera dos bons quadrinhos, fazendo valer a máxima de que heróis não têm idade.
Classificação