THE FOUNTAIN - A GRAPHIC NOVEL
Título: THE FOUNTAIN - A GRAPHIC NOVEL (Vertigo
/ DC Comics) - Edição especial
Autores: Darren Aronofsky (roteiro) e Kent Williams (arte).
Preço: US$ 19,99
Número de páginas: 176
Data de lançamento: Outubro de 2006 (versão em capa cartonada)
Sinopse: Numa história de amor que atravessa três épocas diferentes - o século XVI, os dias de hoje e o futuro -, um homem tenta salvar sua mulher com a Árvore da Vida.
Positivo/Negativo: Em 2002, o diretor de cinema Darren Aronofsky tinha dois filmes muito cultuados no currículo: Pi e Réquiem para um Sonho. Apesar disso, seu trabalho seguinte, The Fountain (no Brasil, A Fonte da Vida), foi abortado pelo estúdio que estava conduzindo-o.
Então, o diretor ligou para Karen Berger, a lendária editora do selo Vertigo, da DC Comics, que tinha nas costas não só sucessos como Monstro do Pântano, de Alan Moore, e Sandman, de Neil Gaiman, mas também uma vasta lista de títulos que tinham mexido com o mercado norte-americano de HQs nas duas últimas décadas.
Bastou oferecer o roteiro que Karen aceitou na hora, sugerindo o artista Kent Williams (de Sandman, Blood e Tell me, Dark) como ilustrador.
O trabalho na graphic novel começou. Em seguida, Aronofsky reformatou o filme, que deixou de ser uma superprodução e retomou a linha independente que o consagrara. No ano passado, as duas obras saíram quase simultaneamente.
The Fountain é um monumento às possibilidades narrativas dos quadrinhos. Não é incomum ver roteiristas de HQ com passagem por cinema e TV louvarem a liberdade que um gibi permite. Não só porque os efeitos visuais criados por lápis, tinta e nanquim continuam a ser mais simples e baratos do que o CGI, mas porque, mesmo dentro de grandes empresas como DC e Marvel, ainda há mais espaço para o trabalho autoral.
Aronofsky entendeu isso logo de cara. Com Williams, fez um trabalho tão monumental quanto seu filme.
Ao comparar a história em quadrinhos com o filme, o leitor percebe que são pouquíssimas as diferenças. Elas existem, mas são decorrentes das possibilidades e experiências proporcionadas por cada uma das mídias.
No cinema (e agora, em DVD), há Hugh Jackman e Rachel Weisz, há o movimento e a belíssima trilha sonora. Nos quadrinhos, o traço de Williams é matador - sem dúvida, seu melhor trabalho até agora.
Mas a impressão que fica é de que há mais semelhanças do que diferenças, especialmente na trama. Nos dois casos, a história é hermética - ainda que fique longe do "incompreensível" que muitas críticas impuseram ao filme.
É curioso notar que, mesmo contando a mesmíssima história, as duas obras são complementares. Cada uma contribui com o crescimento de The Fountain. Mesmo depois de ver o filme, a HQ amplia a experiência sensorial da obra. Na dúvida, fique com os dois.
O filme passou nos cinemas brasileiros e está à venda em DVD. Mas não há novidades sobre a versão brasileira do álbum. Até o momento, a Pixel Media, que detém os direitos do selo Vertigo no Brasil, não anunciou o lançamento. Sobre o álbum, em entrevista concedida ao editor do UHQ, Sidney Gusman, em fevereiro deste ano, o editor Cassius Medauar declarou que não estava nos planos.
"Por enquanto, não. É um álbum bem grande e sairia caro demais", disse.
É uma pena. Mas, com a queda do dólar nos últimos meses, os leitores brasileiros podem correr atrás do original norte-americano, que tem saído até por menos de R$ 50,00 nas livrarias brasileiras que trabalham com importação.
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