Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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The Man of Steel # 4

10 julho 2013

The Man of Steel # 4Editora: DC Comics – Minissérie mensal em seis edições

Autores: John Byrne (roteiro e desenhos), Dick Giordano (arte-final) e Tom Ziuko (cores).

Preço: US$ 0,75

Número de páginas: 32

Data de lançamento: Agosto de 1986

Sinopse

Mais um capítulo da reformulação do Superman por John Byrne. Clark Kent tem um encontro especial com sua adorável colega Lois Lane, mas é uma figura inesperada quem mais chama a atenção: o milionário Lex Luthor!

Positivo/Negativo

O valor de um herói pode ser medido pela força de seus inimigos, e o Homem de Aço não seria o maior herói de todos os tempos sem a presença de seu nêmesis Lex Luthor. No quarto número da minissérie The Man of Steel, John Byrne reintroduziu a figura do vilão no Universo DC como um milionário inescrupuloso, um dos homens mais ricos e poderosos do mundo, que praticamente mandava em Metropolis.

A visão renovada sobre o malfeitor foi sugerida pelo escritor Marv Wolfman, colega de Byrne que tinha planos de longa data para os personagens. O conflito essencial entre o Superman e seu arqui-inimigo ganhou novas dimensões, perfeitamente adaptadas aos anos 1980, com todas as suas preocupações sociais e políticas.

Verdade que o careca perdeu pouco do apelo de cientista louco e descontrolado, especialmente de sua amizade com Clark Kent na juventude, mas a nova abordagem teve méritos únicos e conquistou espaço no imaginário coletivo, persistindo após reformulações de novos artistas e adaptações para mídias diversas.

John Byrne foi a escolha certa da DC para reinventar seu maior ícone, que realmente precisava de novos ares em meados da década de 1980. Aproveitando o cinquentenário da editora e o lançamento do épico Crise nas Infinitas Terras, o autor foi escalado para a tarefa de recriar Superman segundo sua visão pessoal sobre o personagem, descartando muito da bagagem cronológica acumulada ao longo dos tempos, e buscando uma aproximação com os ideais dos criadores Jerry Siegel e Joe Shuster.

O resultado até hoje divide opiniões de fãs e profissionais da indústria, mas as histórias iniciais de Byrne com o Homem de Aço continuam a encantar pela força de sua narrativa, as ideias arrojadas e o olhar diferenciado sobre figuras tão conhecidas.

A relação entre Clark Kent e Lois Lane se beneficiou bastante da nova abordagem que os entendeu como colegas de trabalho e concorrentes, e essa dinâmica só ganhou com a presença avassaladora de Lex Luthor.

A promessa final do milionário impiedoso, de que seria, um dia, responsável pela morte do Superman, ditou os rumos de sua mitologia nos anos que se seguiram. O ódio deste Lex pelo Homem de Aço passava longe de rivalidades de adolescência, e estava diretamente relacionado à questão do poder. Não apenas força física, mas a capacidade de controlar pessoas e influenciar a sociedade.

Byrne não tinha como objetivo investigar a psicologia da maldade, procurando origens para a corrupção da alma humana, mas sim o propósito de apresentar um inimigo implacável para o super-herói definitivo.

Com o passar dos anos, roteiristas diversos trataram de aprofundar e adulterar em detalhes essa visão diferenciada sobre o vilão, quase sempre com bons resultados. O aclamado Mark Waid, em especial, conseguiu mesclar o melhor de todas as versões de Luthor na minissérie O legado das estrelas, uma joia que foi pouco compreendida na época do lançamento. Mas é Byrne quem leva o crédito pela originalidade.

Também merece destaque a forma como a história explora cada detalhe da nova origem do Homem do Amanhã, tais como a forma como Clark Kent faz a barba, a desculpa para o físico de atleta e até o funcionamento de seu poder de voo. Provas do cuidado e da atenção de um artista apaixonado pelo personagem, que ainda sobressaem.

Se há um problema evidente nesta versão do Superman, foi o fato de Byrne ter diminuído seu apelo mítico superior. Mas talvez ele precisasse mesmo fincar o pé no chão por alguns anos.

The Man of Steel foi influência direta em Superman – A série animada, bem como no seriado televisivo Lois e Clark – As novas aventuras do Superman. Já Smallville, a série de TV mais longeva já produzida com inspiração num personagem de quadrinhos, apresentou uma mescla perfeita dos conceitos de Byrne com a mitologia pré-Crise do Superman, com destaque para o Luthor milionário e sua amizade com Clark Kent na mocidade.

Mesmo já desconsiderada em termos de cronologia oficial da DC, The Man of Steel é leitura essencial para os apreciadores do personagem e retrato fiel de sua época.

Classificação

4,5

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