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Reviews

The Man of Steel # 6

21 dezembro 2015

The Man of Steel # 6Editora: DC Comics – Minissérie em seis edições

Autores: John Byrne (roteiro e desenhos), Dick Giordano (arte-final) e Tom Ziuko (cores).

Preço: US$ 0,75

Número de páginas: 32

Data de lançamento: Setembro de 1986

Sinopse

Último capítulo da minissérie que apresentou a nova visão de John Byrne sobre o Superman.

Em Smallville, fantasmas do passado assombram a fazenda Kent e são a chave para que Clark enfim conheça detalhes sobre sua origem extraterrestre, de um mundo rico e avançado que explodiu no cosmos, uma herança especial e seu papel no mundo.

Positivo/Negativo

A primeira edição (leia a resenha aqui) desta minissérie abriu com cenas passadas nos últimos instantes de Krypton. Por isso, nada mais oportuno que fechar a série redefinindo o papel do planeta perdido na vida do Superman.

Na visão de John Byrne, Krypton foi mostrado como um mundo frio, estéril e desprovido de emoções humanas básicas, como consequência de eventos trágicos e uso da clonagem em seu passado. Assim, ele criou uma dicotomia maior entre a herança kryptoniana de Kal-El e a criação pelos pais terrestres, os amorosos Jonathan e Martha Kent.

Clark passa a conhecer tudo sobre a sociedade que produziu seus genes, mas não tem o que fazer com essa informação. Ele é terrestre em sua essência. O autor inverteu uma filosofia essencial do personagem com este capítulo, novamente dividindo opiniões e amealhando acusações de xenofobia.

Tudo bem que Byrne considerasse exagerada a devoção de Superman ao Grande Rao em anos pregressos, mas não precisava ir tão longe na direção oposta.

Mais bem trabalhada foi a personagem Lana Lang, namoradinha de infância de Clark e destaque na edição, numa sequência emocionante. Não é para menos que ela ganhou tanto destaque no seriado televisivo Smallville, tempos depois. Foi merecido, e Byrne tem sua parcela de “culpa” nisso.

Findada a minissérie, logo começou o trabalho de Byrne na então nova revista mensal e numa nova direção para Action Comics, enquanto Marv Wolfman e Jerry Ordway ficaram a cargo de Adventures of Superman. Para o bem e poucas vezes para o mal, a obra do autor seguiu ditando os rumos do núcleo Superman na DC Comics durante um bom tempo.

John Byrne queria buscar uma aproximação com os ideais dos criadores Jerry Siegel e Joe Shuster, mesclados com a animação do Estúdio Fleischer, formatado para os novos tempos. Assim, eliminou “redundâncias” como Superboy (algo do qual se arrependeu depois), Supergirl e os demais sobreviventes do planeta Krypton, tornou Lois Lane uma repórter muito mais viva e interessante, investiu no Lex Luthor empresário e alterou consideravelmente a dinâmica com Batman. Foi bem-sucedido em muitos aspectos, em outros nem tanto.

Pois faltou o caráter social das histórias originais de Siegel e Shuster, e há uma incoerência inerente ao seu projeto, que hoje soa gritante: Byrne fez do Superman o único kryptoniano para torná-lo novamente especial, mas, para ele, ter vindo de Krypton não significava nada.

Com o tempo, roteiristas de destaque trataram de alterar ou invalidar completamente elementos da visão de Byrne sobre o herói, como fez Geoff Johns, num arco de histórias com a Legião dos Super-Heróis, sobre a herança alienígena do Homem do Amanhã. Mas não ficou apenas nisso.

A própria origem do Superman passou a ser das mais trabalhadas e recontadas do mundo da cultura pop, incluindo aí os quadrinhos As quatro estações (leia o review de Superman for All Seasons) e Retorno a Krypton (de Jeph Loeb), O legado das estrelas (de Mark Waid), Action Comics # 800 (de Joe Kelly), Origem Secreta (de Geoff Johns) e Terra Um, de J. Michael Straczynski, além da nova versão no contexto do reboot conhecido como Novos 52 (por Grant Morrison). Na televisão, Lois e Clark – As novas aventuras do Superman, Superman – A série animada, Legião dos Super-Heróis e Smallville. Nos cinemas, O Homem de Aço. E, na literatura, It’s Superman – A Novel (de Tom de Haven) e Os últimos dias de Krypton (Kevin J. Anderson).

Se há pecado por excesso, também se deve considerar um trunfo a capacidade do icônico super-herói de se reinventar tão bem para gerações e públicos distintos, mantendo a essência que o torna especial. Como o próprio Byrne e o rival Grant Morrison gostam de afirmar, esses artistas e suas versões vêm e vão, mas permanece algo que é sempre Superman. E sempre será.

Classificação

4,0

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