THE NEW YORKER CARTOONS - GATOS
Autores: Diversos (roteiro e arte).
Preço: R$ 49,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Abril de 2009
Sinopse: Coletânea de cartuns da conceituada revista The New Yorker, em todos os tempos, sobre o tema Gatos.
Positivo/Negativo: O lançamento desta coleção pela Desiderata (desde o começo de 2008 um selo da Ediouro) é uma ousadia muito bem-vinda.
Ousadia porque o Brasil não tem uma tradição de que livros sobre cartuns sejam campeões de vendas - apesar de a própria Desiderata estar explorando esse nicho nas livrarias há algum tempo. E bem-vinda porque traz trabalhos de craques do traço de uma das revistas mais conceituadas do planeta.
Neste volume, por exemplo, há trabalhos de nomes como Tom Cheney, Sam Gross, Mike Twohy, Victoria Roberts, William Haufeli, Bernard Schoenbaum, Mick Stevens, Sidney Harris, Gaham Wilson e outros.
A maioria dos cartuns é focada nas conhecidas características dos gatos: inteligência, autonomia e o hábito de afiar suas garras em sofás.
Mesmo com a repetição de certas situações, há uma variedade maior de piadas - muitas delas "mudas", fator que as torna universais, pois transmitem seu recado em qualquer lugar do planeta sem uma palavra sequer.
Contudo, vale mencionar que o uso do texto sob os desenhos é uma característica marcante da revista. Há até um concurso em que os leitores são chamados a criar as legendas para as cenas.
O álbum brasileiro tem tradução, prefácio (que é repetido nos outros dois livros da coleção, Terapia e Cachorros) e texto de apresentação de Sérgio Augusto. O veterano jornalista mostra, em poucas linhas, ser um felinófobo, enumerando dados históricos dos gatos. Além, é claro, de fazer as honras da casa ao apresentar os artistas da coletânea.
No entanto, há um erro em um trecho do texto: Sérgio Augusto menciona que cinco cartunistas fazem piadas com gatos afiando garras em sofás: Tom Cheney, Sam Gross, Mike Twohy, William Haufeli e David Cipress.
O problema é que não há nenhum cartunista chamado David Cipress na The New Yorker. O jornalista possivelmente confundiu com David Sipress, que, mesmo assim, não tem nenhum trabalho nesta coletânea. Em tempo: há mesmo cinco desenhos com gatos afinado as unhas em sofás, só que Tom Cheney assina dois deles.
O trabalho da Desiderata é competente, mas tem alguns senões.
O primeiro é a ausência dos nomes dos cartunistas nas páginas. Como muitas assinaturas não são identificáveis, o leitor tende a ficar sem esta informação.
O segundo é não haver nos livros nenhum trabalho do ótimo Saul Steinberg. Como ele é mencionado no texto de introdução, o leitor até pode achar que encontrará trabalhos dele páginas adiante.
E o terceiro é o preço dos álbuns, que pode afugentar muitos leitores. Afinal, trata-se de uma leitura (ainda sem a nova ortografia) de 15, no máximo, 20 minutos.
Classificação: