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THE PHANTOM # 3

1 dezembro 2004

Autores: Ben Raab (roteiro) e Nick Derington (desenhos).

Preço: US$ 3,50

Número de páginas: 32

Data de lançamento: Junho de 2004

Sinopse Uma nova droga chama Somara se espalha pelo mundo e, para
a fúria do Fantasma, está sendo fabricada em Bangalla por uma tribo misteriosa.

Ao desmontar a operação e prender os cabeças do único cartel que a comercializa,
o Espírito-Que-Anda acaba se deparando com a aterradora visão de uma aparição
de dois metros de altura que jura pôr fim a sua vida em breve.

Ao retornar à vila Bandar, ele descobre ter visto ninguém menos que Kua,
o Não-Morto, deus-demônio adorado no passado pelos Wasaka, a tribo de
gigantes que escravizava os pigmeus Bandar quando o Primeiro Fantasma,
seu ancestral, chegou à praia de Bangalla após ter tido seu pai morto
e seu navio destruído pelos piratas Singh.

Foi justamente nesta divindade que o herói libertador baseou o design
do uniforme e sua cor roxa quando invadiu a tribo dos escravagistas e
libertou o povo pigmeu.

Pesquisando a fundo nas crônicas de seus ancestrais, ele descobre que
a criatura vem assombrando sua linhagem desde os primeiros dias de seu
surgimento, tentando matar ou desacreditar os Walker em aparições esporádicas
durante suas missões ao redor do mundo.

Agora, este espírito vingativo dirigiu seu ódio contra ele e sua esposa,
Diana.

Positivo/Negativo O que é preciso para se contar uma boa história
do Fantasma? Ação com direito a lutas e tiroteios? Confere. Mostrar o
herói como uma figura misteriosa e temida, capaz de lidar facilmente com
um grupo armado de quatro homens? Confere. Uma pitada de humor? Confere.
Referências históricas a personagens e lugares enquanto o leitor conhece
aventuras de seus antepassados? Confere também. Então, o primeiro capítulo
de Curse of the Phantom é uma boa história? Pode apostar que sim!

O ponto de partida é a aventura The First Phantom, assinada pela
dupla Lee Falk e Sy Barry e originalmente publicada nas tiras em 1975
(recentemente ela foi reimpressa pela Opera Graphica em 2001, na
revista Fantasma Magazine # 1), na qual a origem do fundador da
dinastia dos Fantasmas é contada com detalhes e descobre-se como ele libertou
os Bandar da escravidão nas mãos da tribo Wasaka depois de ter sido oferecido
por eles como sacrifício ao seu deus-demônio.

Inspirado pelas cores e formas do ídolo, ele confeccionou uma vestimenta
para investir psicologicamente sobre os opressores e libertar aqueles
que seriam os principais agentes da vontade do Espírito-Que-Anda nas selvas
de Bangalla nos séculos seguintes. Sempre ficou vago, porém, a identidade
da divindade e o destino dos opressores Wasaka... até agora.

Esta aventura definitivamente confirma que Ben Raab vem refinando seu
trabalho com o personagem e está colocando em seus roteiros todos os elementos
que fizeram o sucesso do Fantasma há décadas, com cadência e timing
corretos.

É impossível não se deixar envolver pela história, definitivamente a melhor
lançada pela Moonstone até agora. A construção do mistério em volta
de Kua, o Não-Morto, não é apenas bem elaborada, mas magistralmente intercalada
com aventuras do quarto, décimo e décimo nono Fantasmas, enquanto a criatura
investe ferozmente contra a família Walker através dos séculos, em lugares
tão diferentes como o Japão feudal, a Alemanha do século XVIII e a Nova
York de 1800.

E, claro, a arte do novato Nick Derington tem papel fundamental na qualidade
da aventura. Dono de um traço econômico nas linhas, mas expressivo e intenso,
ele confere atmosfera única à aventura, inclusive apresentando uma certa
mudança no padrão de confecção do uniforme dos Fantasmas de antigamente
e o atual, um toque sutil, mas espetacular.

Dividida em duas partes, The Curse of The Phantom foi lançada no
terceiro número da série bimestral da Moonstone, no formato comics,
com periodicidade regular e mais econômico e acessível que as graphic
novels
publicadas até então.

Mesmo assim, a edição possui qualidade superior aos quadrinhos norte-americanos
em geral: mais páginas (em geral são 24), capa cartonada e um papel resistente
no miolo, possibilitando um acabando gráfico refinado, inclusive na aplicação
das cores.

Terminando com uma seqüência de suspense arrepiante, The Phantom #
3
comprova que era uma questão de tempo até a Moonstone apresentar
uma história realmente maravilhosa do personagem. O "continua" no rodapé
da página final realmente cumpre sua função de deixar o leitor esperando
ansiosamente pelo próximo número, desejoso de ver o desfecho da trama,
em vez de bocejar enquanto constata ter comprado mais uma história que
se arrasta desnecessariamente em mais de uma edição, algo cada vez mais
comum em outros títulos de continuidade regular hoje.

Classificação:

4,0

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