Autores: Ben Raab (roteiro) e Nick Derington (desenhos).

Preço: US$ 3,50

Número de páginas: 32 páginas

Data de lançamento: Setembro de 2004

Sinopse Kua, o Não-Morto, faz sua investida definitiva contra o Fantasma, invadindo a Caverna da Caveira e seqüestrando sua esposa, Diana, sabendo ser ela o vínculo entre o passado e o futuro da dinastia Walker. No processo, ele ainda deixa o lobo Capeto fora de ação.

Enquanto isso, o Espírito-Que-Anda se confronta com remanescentes dos Wasakas, sem saber do perigo de morte que sua esposa corre. Duas lendas do passado, vivas hoje e em ritmo de colisão iminente no local onde tudo começou, 400 anos atrás.

Positivo/Negativo Superman tem Bizarro. Batman, Bane. Homem-Aranha, Venom e o Fantasmas, apesar de terem nos piratas Singh seus inimigos seculares, finalmente ganham um adversário que é o reflexo invertido de tudo que representam e lutam contra.

Kua não apenas usa as mesmas cores e símbolos da dinastia Walker, mas, assim como Bane, sabe todos os segredos do personagem: sua identidade, localização de seu lar/base de operações e que ele é mortal e passivo de ser morto, a despeito do que todos pensam.

Capaz de enfrentar um Fantasma sozinho (uma façanha realmente difícil), este formidável personagem, que, sem dúvida, deveria figurar mais nas aventuras do Homem-Que-Nunca-Morre, finalmente tem sua origem revelada.

Raab consegue fechar o segundo e último capítulo de The Curse of The Phantom mantendo o ritmo e a qualidade da edição anterior. Junto com o artista Nick Derington, ele faz do Fantasma novamente um personagem de ação, vibrante, capaz de lutar dando saltos mortais e, apesar, de sua força ("O Fantasma tem a força de dez tigres" - Velho ditado da selva), vale-se da inteligência e astúcia sobre a truculência nas horas certas.

A dupla ainda adiciona um verdadeiro deleite para os cata-piolhos: Diana treinando boxe, tal como visto na primeiríssima tira do Fantasma, publicada em 17 de fevereiro de 1936.

O pecado do roteiro fica num determinado comentário da própria Diana, ao ser seqüestrada por Kua ("Moço, você sabe quantas leis de direitos humanos está violando?"). Se foi uma tentativa de humor, com certeza, foi das mais infelizes. Se foi o tipo de comentário que todo cidadão norte-americano faz diante de situações do tipo (algo exaustivamente mostrado nos filmes de Hollywood), destoou completamente do restante da bem-caracterizada construção dos personagens até então. Mas isso pouco afeta a qualidade da aventura.

Ao lado de The Phantom # 3, esta edição não se tornará um dos clássicos imortais dos quadrinhos, com certeza, mas cumpre sua função primeira: apresentar uma boa diversão ao leitor, bem escrita e ilustrada, algo que o Espírito-Que-Anda não tem tido há algum tempo deste lado do Atlântico.

Aliás, pode-se dizer que o Fantasma tem sorte na Moonstone, pois está nas mãos de um autor que verdadeiramente o admira e procura apresentar cada vez mais melhorias em seu trabalho, por conta disso. Um luxo que muitos outros personagens de quadrinhos não tem.