THE SILVER SURFER
Título: THE SILVER SURFER (Simon and Schuster) -
Edição especial
Autores: Stan Lee (roteiro) e Jack Kirby (desenhos).
Preço: $ 10,95 (preço da época)
Número de páginas: 128
Data de lançamento: 1978
Sinopse: Encarregado de encontrar planetas capazes de satisfazer a fome de Galactus, o Devorador de Mundos, o Surfista Prateado se depara com a Terra.
Incapaz de aceitar o extermínio de um mundo repleto de vida, o Surfista se rebela contra seu mestre, que elabora um engenhoso ardil para reconquistar os serviços de seu arauto.
Positivo/Negativo: Este álbum, lançado há quase 30 anos, é uma pérola dos quadrinhos mundiais, por dois motivos bastante simples: 1) Trata-se da primeira graphic novel de super-heróis da história; e 2) Marca a última colaboração da lendária dupla Stan Lee e Jack Kirby, após um hiato de oito anos.
Kirby saiu da Marvel em 1970, permanecendo na DC pelos cinco anos seguintes. Seu retorno à "Casa das Idéias" ocorreu devido ao fracasso comercial de sua passagem pela concorrente, e pela promessa de Lee de que, desta vez, ele teria uma liberdade editorial da qual jamais gozara anteriormente.
Em seu retorno, Kirby desenvolveu criações fascinantes, como Os Eternos e Homem-Máquina, além da série solo do Pantera Negra e da revista do Capitão América, sempre escrevendo e desenhando.
Todavia, o que os fãs mais ansiavam é que o artista voltasse a colaborar com Stan Lee, com quem sedimentou as bases do Universo Marvel. O resultado desta retomada foi esta graphic novel, um livrão de capa dura e acabamento primoroso da Simon and Schuster: papel de luxo, fotos e biografias dos artistas e uma interessante introdução de Lee.
Não é de se estranhar o fato de Stan Lee ter escolhido o Surfista para estrelar esta edição, pois o roteirista sempre deixou bem clara sua predileção pelo personagem.
A trama se situa fora da cronologia da Marvel, num universo sem superseres. É neste contexto que o leitor acompanha a dramática jornada do Surfista Prateado e seu embate contra Galactus.
A bela prosa de Lee, construída sobre a profundidade filosófica e emocional de seu texto, aliada à deslumbrante arte de Kirby, toca fundo. A fluidez do roteiro e a funcionalidade dos desenhos são de tão envolventes que captam toda a angústia do personagem central.
A esmerada colorização de Glynis Wein (esposa do roteirista Len Wein) aumenta ainda mais o impacto da obra. A impressão, ao acabar a leitura, é que Lee e Kirby sabiam que aquela poderia ser sua última parceria: um exemplo disso é a abertura e o encerramento do álbum, com o Surfista saindo e entrando na mão de Galactus, uma genial simbologia de uma retomada e encerramento de uma era.
Se separados Stan Lee e Jack Kirby eram geniais, juntos eram insuperáveis; símbolos de uma época em que os autores norte-americanos tinham respeito pelos personagens, e os quadrinhos eram muito mais do que um mero negócio.
Para ilustrar isso, basta ver a seqüência final, uma das mais belas e emocionantes já produzidas em uma HQ.
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