THE SPIRIT # 5
Autores: Darwyn Cooke (roteiro e desenhos), J. Bone (arte-final) e Dave Stewart (cores).
Preço: R$ 9,50
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2009
Sinopse: El Morte (The Spirit # 9) - Elvarro Mortez está de volta e quer vingança contra o Spirit.
Morte ao vivo (The Spirit # 10) - Alguém está matando os apresentadores de TV. Cabe ao Spirit solucionar esse mistério.
Dia dos mortos (The Spirit # 11) - O confronto final com Elvarro Mortez.
Sand (The Spirit # 12) - Spirit reencontra Sand Sarif, uma perigosa mulher por quem foi apaixonado.
Positivo/Negativo: Chega ao final a série de Spirit sob a batuta de Darwyn Cooke.
O saldo é, sem dúvida, positivo. Mas, obviamente, as narrativas não têm a ousadia e a invenção de Will Eisner, o criador do detetive mascarado. O importante é que Cooke consegue, pelo menos na maior parte das páginas, criar boas histórias e muita diversão com o personagem.
O trabalho de cores de Dave Stewart continua sendo um dos destaques da arte. Os tons aumentam a força de todas as cenas, tornando-as mais misteriosas, como em Sand, e mais assustadoras, em Dia dos mortos.
O lápis de Cooke e o nanquim de Bone formam um bom time. E, ainda na arte, vale mencionar as homenagens a Will Eisner nas memórias de Spirit em Sand.
Os enquadramentos e diagramação das páginas continuam boas, valendo uma atenção especial para Morte ao vivo.
Os enredos ligados à vingança de Mortez são os mais fracos da edição e talvez de toda a passagem de Cooke por The Spirit, embora seja bacana a invasão de desmortos em Dia dos mortos.
Já a narrativa de Morte ao vivo tem reviravoltas típicas de uma revista de Dylan Dog, porém, sem a mestria do Tiziano Sclavi, criador do personagem italiano. E o roteiro de Sand se relaciona assumidamente a duas histórias escritas por Eisner.
O que mais faz falta nessas quatro histórias é o humor leve da série original, que alguns dos outros números da série de Cooke conseguiram manter.
Mas a revista chama a atenção por outra coisa: a edição da Panini. Enumerando:
Primeiro, o planejamento editorial mudou - de uma minissérie em seis edições, passou a cinco, fazendo com que a última revista tivesse o dobro de páginas e custasse um pouco mais caro.
Segundo, o atraso entre o lançamento das edições # 4 e # 5 foi de oito meses.
Terceiro, graças a esse atraso, a continuação da série, escrita por Mark Evanier e Sergio Aragonés, foi lançada três meses antes desta edição.
Quarto, essa continuação foi compilada em um único encadernado, mudando o formato de publicação.
E quinto, não há nem uma notinha na revista explicando essa bagunça toda e pedindo desculpas ao leitor.
Esse atraso todo acabou criando uma expectativa em relação à revista que as histórias são incapazes de manter, deixando uma sensação de "esperei tanto tempo por isso?".
As histórias de The Spirit não são como aquelas escritas por Eisner, mas são divertidas. Resta torcer pra que o resto da série saia por aqui.
Classificação: