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TINA E OS CAÇADORES DE ENIGMAS - CRIATURAS LENDÁRIAS # 2

10 dezembro 2008


Autores: Estúdios Mauricio de Sousa (texto e arte).

Preço: R$ 3,90

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Abril de 2008

Sinopse: Ao encontrar o Mapinguari, Tina também depara com o Doutor Pedra Viva, que vem cuidando do animal há 30 anos. O pesquisador tem uma hipótese de que a família perdida da criatura brasileira é, na verdade, o Pé Grande norte-americano. E parte, junto com a turma, para a Califórnia.

Positivo/Negativo: Na edição anterior de Criaturas Lendárias, a história girou em torno de uma viagem de férias de Tina, Rolo, Pipa e Zecão. A turma foi à Amazônia descansar, mas acabou topando com as Amazonas.

Com o desenrolar da trama, surgiu o um grande desafio: a recuperação do muiraquitã de Zamona, a rainha das guerreiras. Nas páginas finais, Tina parte acompanhada de vaga-lumes em busca da jóia.

O bom senso indicava que, nesta edição, a busca pelo tesouro continuaria. Mas, já pela própria sinopse, dá para perceber que o foco da aventura mudou. O muiraquitã é encontrado por acaso em cima de uma mesa. Foi recuperado pelo Mapinguari. E fim de mistério.

O desfecho da trama da jóia da rainha é simplesmente displicente. Depois de tanto suspense, a solução é um banho de água fria. Nem o humor segura a facilidade com que tudo se resolve.

Enquanto uma parte da história se encerra abruptamente, uma nova criatura lendária toma o lugar das Amazonas: o Mapinguari. O monstro é uma lenda amazônica famosa pelo mundo afora. Na série de TV Lost, chegou a ser o suspeito de perseguir os sobreviventes do vôo 815. No ano passado, foi destaque no New York Times, em uma das últimas reportagens feitas pelo polêmico correspondente Larry Rohter (aquele que quase foi expulso do país por escrever que Lula gostava de cachaça) antes de ele abandonar o cargo.

A ligação do ser amazônico com o Pé Grande não é nova. Alguns pesquisadores chegam a tratá-los como versões diferentes de um mesmo mito global, ao lado do Sasquatch e do Yeti. Mas o parentesco apontado no roteiro serve para levar a aventura para outro cenário: os Estados Unidos.

Lá fora, Tina, Rolo e o professor Pedra Viva (cujo visual é inspirado em Stan Lee) vão à festa anual do Bigfoot, na cidadezinha de Willow Creek, um evento verídico que encaixa bem na história.

O problema é que, a essas alturas, a roteiro já está tão desestruturado que fica difícil para o leitor saber onde está pisando. É nas lendas da Amazônia, tema da primeira revista? Ou em uma convenção de Bigfoots? O índio Buriti, pelo visto, sumiu do mapa, pois Zeca e Pipa chegaram aos Estados Unidos sozinhos.

Há uma inconsistência que atravessa a revista de cabo a rabo, provocada justamente pela brusca mudança de rumo. Novos elementos, como o índio sioux Cavalo Sentado, surgem do nada, enquanto outros são deixados de lado.

A minissérie tem outros probleminhas, como algumas vírgulas mal empregadas, e até mesmo um erro de continuidade - afinal, de onde Tina tira as roupas novas para desembarcar nos Estados Unidos?

Apesar de faltar uma pegada mais forte na condução da narrativa, a minissérie tem seus méritos. Pontualmente, há belas sacadas e tiradas. Claro, seria uma sacanagem adiantar todas nesta resenha. Simplesmente tiraria sabor da própria história. Mas é bacana perceber que o tom do humor está mais apurado que na primeira minissérie.

Outro aspecto positivo é o projeto em si: reforça, mais uma vez, a recente disposição da Mauricio de Sousa Produções em experimentar novos formatos e gêneros. Mais do que isso, mostra o vigor das criações do próprio autor, que ainda têm um gigantesco potencial a ser explorado.

Classificação:

4,0

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