TINA ESPECIAL # 1
Autores: Estúdios Mauricio de Sousa (texto e arte).
Preço: R$ 3,90
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Agosto de 2008
Sinopse: Tina e sua turma formam uma equipe para participar do reality show Eu quero a bufunfa. A intenção do grupo é ganhar o prêmio para contribuir com a reforma da faculdade em que estudam.
Mas a equipe adversária, chamada de Sinistra, é liderada pela velha inimiga de Tina, Rúbia.
A jornada pela cidade de São Paulo em busca dos prêmios vai levar as equipes a um confronto nem sempre pautado pela honestidade.
Positivo/Negativo: Depois de duas minisséries, a nova versão da turma de Tina volta a ser utilizada em uma edição especial, que traz uma história completa.
A recauchutagem fez com que o núcleo jovem das HQs de Mauricio de Sousa ficasse mais próximo de temas contemporâneos, vivendo aventuras agitadas, repletas de referências à cultura pop. As revistas ganharam novo formato: o americano, típico das HQs de super-heróis. E o visual dos personagens também mudou: Tina ficou mais curvilínea, as roupas se modernizaram e Rolo, com novo corte de cabelo, ficou com as orelhas à mostra - para horror dos leitores conservadores.
Neste especial, em vez de uma aventura mirabolante pelo mundo, a trama é mais simples: um reality show realizado em São Paulo em que Tina enfrentará sua adversária: a loira mau-caráter Rúbia.
O programa de TV acaba se convertendo em um bom mote para a turma explorar a cidade de São Paulo. Eles passam pela Liberdade, pelo Parque do Ibirapuera e pela Catedral da Sé - eventualmente auxiliados por outros símbolos de modernidade, como celulares e jipes. A vida urbana da maior cidade do Brasil, pelo jeito, reforçaria a contemporaneidade da nova Tina.
O resultado, porém, não chega a ser encantador. Um dos problemas mais gritantes é o cenário: a cidade de São Paulo, estrela da trama, é pouco aproveitada na arte. Na maioria das cenas, o(s) ilustrador(es) perde a oportunidade de fazer um traço mais urbano - e até o centro histórico fica muito parecido com o Bairro do Limoeiro, cenário das HQs da Mônica. É uma pena, mesmo porque há muitos quadros em que o fundo é constituído apenas por uma cor chapada - opção que fica ainda mais pobre no formato maior da revista.
Além disso, há um erro marcante na edição: em um festival de cosplay no bairro japonês da Liberdade, os personagens japoneses são minoria: há Conan, Chapolim, Chaves e até um Bugu, mas nada das típicas meninas vestidas de Sailormoon, por exemplo.
Outro problema da revista é de natureza editorial: nas minisséries, havia uma página dupla em que as citações pop eram aprofundadas. Neste especial, esse material foi trocado por uma série de passatempos. Como Brasil é bem maior que São Paulo, seria bom explicar, por exemplo, que a tal da antena da TV Brabo é uma referência ao novo prédio da Rede Globo, que fica na Avenida Paulista.
Embora a proposta de uma Tina mais urbana seja imbatível (e as minisséries provaram que a personagem tem essa verve), a falta de cuidados acabou comprometendo esta edição. Um pouco mais de zelo não faria mal para a saúde de uma linha que tem tudo para dar certo.
Classificação: