Tiny Titans - Welcome to the Treehouse
Editora: DC Comics - Edição especial
Autores: Art Baltazar e Franco (texto) e Art Baltazar (arte).
Preço: US$ 12,99
Número de páginas: 144
Data de lançamento: Fevereiro de 2009
Sinopse
Encadernado reunindo os seis primeiros números do título infantil Tiny Titans, publicados originalmente em 2008.
Positivo/Negativo
Atualmente,é raro encontrar uma revista de super-heróis direcionada especificamente para o público infantil. É fato que as aventuras desses campeões da justiça se sofisticaram ao longo dos anos, apresentando temas como política, contestação social, sexo e violência, tornando-se assim inacessíveis para crianças.
O fenômeno alcançou o ápice na década de 1980, com as obras seminais Watchmen e Batman - O Cavaleiro das Trevas, as quais foram seguidas por gibis com temática adulta numa tendência que parecia não ter fim.
Visando resgatar leitores mais novos, contudo, a DC Comics lançou em 2008 uma linha de séries mensais estreladas por seus personagens mais tradicionais em versões infantis, como Supergirl, Superfriends e o sucesso Tiny Titans.
Reimaginando os super-heróis adolescentes da editora como crianças num colégio dirigido por vilões, a criação de Art Baltazar e Franco apresenta muita inocência e piadas bem sacadas, em histórias que duram, em média, três ou cinco páginas, com tudo para agradar à nova geração de leitores.
Deve-se destacar o fato de Tiny Titans funcionar como introdução do universo fantástico da DC para crianças, enquanto apresenta também atrativos a aficionados de longa data cansados da mesmice dos quadrinhos convencionais.
Assistindo a aulas e aprontando confusões na Sidekick City Elementary, heróis-mirins como Robin, Mutano, Aqualad, Estelar e Moça-Maravilha se veem às voltas com um diretor substituto, novos mascotes, paixões não correspondidas, além de brincadeiras na casa da árvore que dá título à coleção. A linguagem é bastante simples e as narrativas podem ser facilmente compreendidas por quem está aprendendo a ler.
Por outro lado, a grande variedade de personagens do Universo DC e as referências à cronologia oficial da editora garantem o interesse de leitores veteranos, ao menos daqueles que não levam suas revistas tão a sério. É o caso, por exemplo, da mudança de uniforme de Robin para Asa Noturna, do romance dele com Bárbara Gordon e Estelar, e da trágica paixão entre Mutano e Terra.
São detalhes que só os fãs com conhecimento da mitologia dos Novos Titãs notarão, mas que também não atrapalham o divertimento das crianças experimentando este mundo pela primeira vez. Não é preciso saber, por exemplo, as minúcias das relações de pai e filho entre Trigon e Ravena para apreciar os divertidos problemas domésticos dessa família tão disfuncional.
Claro que algumas piadas são mais engraçadas que as outras e, às vezes, o nível do ridículo é elevado, mas, de modo geral, não é difícil terminar cada história com um sorriso no rosto.
Fãs mais antigos dos heróis DC devem se lembrar de investidas mais antigas da editora no universo das crianças, como os Superamiguinhos, que ganharam álbum de figurinhas de sucesso no Brasil, e até uma versão anterior de Tiny Titans (batizada por aqui de Titãzinhos), nas histórias regulares do grupo após o confronto contra o Gnus.
Mas não há dúvidas de que a série assinada por Baltazar e Franco foi mais feliz em sua empreitada, justamente por adotar acertadamente a linguagem do público-alvo.
Os heróis sob o traço de Baltazar surgem tão bonitinhos e graciosos que é impossível não se encantar com suas desventuras. A revista durou 50 edições, com o último número publicado em março de 2012. Todos serão compilados em oito encadernados.
O time de criação já foi escalado para uma nova revista sobre a família de personagens ligados ao Superman, também direcionada às crianças.
Num universo de publicações que se preocupa cada vez mais com cronologia e pretensas histórias "relevantes", investir numa série como Tiny Titans é bastante louvável.
Quem sabe a Panini se anima a lançar este material por aqui...
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