A história de abertura desta edição, destacada na capa pela ilustração assinada por Marco Rota, faz uma deliciosa visita à Saga do Tio Patinhas. Ou, ao menos, a alguns dos principais momentos da vida do pato muquirana, a partir de sua primeira pepita de ouro encontrada no Klondike até a fortuna consolidada em Patópolis.

A aventura se passa em um videogame criado pelo Tio Patinhas e inspirado em sua trajetória rumo à condição de "quaquilionário". Nele, o velho pão-duro e o sobrinho Donald disputam uma rodada para provar, um ao outro, quem consegue enriquecer primeiro.

O jogo acaba se transformando numa bela aula de empreendedorismo e diverte o leitor da mesma forma que o próprio Tio Patinhas se mostra empolgado com a oportunidade de reviver um pouco de sua história vitoriosa.

É uma HQ com a cara do novo século e um pé no estilo clássico dos quadrinhos Disney. Ponto para o excitante roteiro de Olaf Moriarty Solstrand e os excelentes desenhos de Arild Midthun (que também assina a arte de outra aventura desta edição, a divertida O bandido encapuzado).

Na sequência, Entrando numa gelada, estrelada pelo Superpato, com a participação do ganso Gastão, mistura ficção científica e ufologia numa trama sobre uma raça alienígena que busca fazer da Terra sua nova e glacial morada.

A história é interessante, mas o mesmo não se pode dizer sobre os desenhos afetados de Marco Mazzarello.

E Uma catapora, por favor é a que traz a maior dose de humor de Tio Patinhas # 549 e, certamente, agradará aos fanáticos por futebol que fazem de tudo - até mesmo ficar doente de propósito - para não perder a final de um campeonato transmitida no horário de trabalho.

Fechando a edição, a ótima Não ponha todos os ovos na mesma cesta tem o clima das saudosas HQs produzidas por Carl Barks.

Os desenhos do mestre Disney chileno Vicar, seguidor artístico confesso (e notório) do "Homem dos Patos", trazem de imediato essa sensação.

Mas o roteiro de Jens Hansegard, sobre as celebrações da Páscoa na cidade, também remete àqueles eventos comemorativos que costumavam mobilizar a Patópolis de Barks e resultavam em hilárias complicações na vida do pobre Donald.