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TOKYOAKI # 0

10 dezembro 2008


Autor: Harriot Junior, Emília Akemi, Giselle Quarterone, Gerson
M. Oshiro, Jotamora e Joana Cristina (textos) e Rafaella Ryon, Gerson
M. Oshiro, Jotamora e Joana Cristina (arte).

Preço: R$ 2,50

Número de páginas: 72

Data de lançamento: Setembro de 2008

Sinopse: Revista mix compilando quatro HQs de autores brasileiros
em estilo mangá.

Positivo/Negativo: Tokyoaki é uma ousada iniciativa do Studio
Vermis
de fazer uma revista independente mix em estilo mangá.

Capitaneada pelo quadrinhista Harriot Junior, que além de editar a publicação
também co-assina a maioria dos argumentos e roteiros, a revista desperta
o interesse já ao ser manuseada, por apresentar um acabamento gráfico
profissional.

A capa, bem acabada e com um design limpo, é bastante chamativa.
Quem a assina é Rafaella Ryon, e sua ilustração remete à primeira história
de Tokyoaki, Pequena Loja de Horrores, desenhada
por ela, com roteiro de Harriot Junior e argumentos de Emília Akemi e
Giselle Quarterone.

Na trama, de terror, duas moças comandam a tal Loja de Horrores, onde
sua missão é fornecer itens mágicos para pessoas que desejam muito alguma
coisa. Entretanto, esses objetos estão amaldiçoados e o verdadeiro objetivo
das garotas é se livrar de todos eles.

Pequena Loja de Horrores é o ponto alto da revista. Trata-se de
uma história contada com esmero, com começo, meio e fim e um ótimo gancho
para prováveis continuações.

Contudo, o destaque maior fica por conta do trabalho de Rafaella Ryon.
Misturando um traço inacabado a lápis com tons de cinza e hachuras exageradas,
a artista dá o tom certo à narrativa.

Além disso, Ryon apresenta demonstra versatilidade para desenhar, com
a mesma desenvoltura, cenas dramáticas e leves. Com certeza, um nome que
merece ser acompanhado de perto.

A HQ seguinte é Tornadeon, com roteiro e arte de Gerson M. Oshiro.
A trama tem bastante qualidade, mas seu grande "defeito" é vir exatamente
depois de Pequena Loja de Horrores na revista.

Apesar de no Brasil muitos fãs de mangá curtirem tudo que é lançado, sabe-se
que esse tipo de HQ é bastante segmentado, pois, enquanto Pequena Loja
de Horrores
se aproxima mais de um público feminino quase adulto,
Tornadeon seria mais focada ao leitor masculino um pouco mais jovem.

A leitura das duas em seqüência, como sugere a organização de Tokyoaki,
pode não ser muito palatável para os leitores.

Tornadeon funciona como o primeiro capítulo de uma longa série.
Seu protagonista tem uma vida sofrida, mas acaba sendo transportado para
um mundo estranho, onde seu status é diferente. A trama apresenta
personagens e elementos bem interessantes e teria fôlego para mais capítulos.

O traço de Oshiro causa estranhamento a princípio, mas tem um estilo próprio.
Na narrativa visual, o autor ainda carece de amadurecimento, porém é nítido
que isso virá inevitavelmente.

A terceira HQ é Wave, com roteiro e arte de Jotamora e argumentos
do onipresente Harriot Junior. Nessa HQ, uma menina surfista precisa mostrar
o seu valor.

Comparando com as demais, talvez Wave seja o produto mais fraco
da revista. O traço de Jotamora é quase sempre caricato e não apresenta
muitas variações. A diagramação dos quadros é mais trabalhada, mas não
se sustenta por si só. E o roteiro é apenas burocrático e não estimula
a leitura.

Fechando a revista, a confusa Violino Cigano, com arte e roteiro
de Joana Cristina, junto com Harriot Junior. Trata-se de uma fábula trágica
envolvendo um violino.

A história é interessante, mas a sensação que se tem é que ela acontece
rápido demais. O traço de Joana Cristina é o destaque, sobretudo sua arte-final,
responsável pelos "efeitos especiais" da aventura.

No geral, Tokyoaki é uma revista que merece ser conferida,
tanto pelo competente trabalho do Studio Vermis, quanto pelo preço
amigável.

Classificação:

4,0

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