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TOMB RAIDER – EM BUSCA DE SHANGRI-LA

1 dezembro 2011

TOMB RAIDER - EM BUSCA DE SHANGRI-LA

Editora: Devir - Edição especial

Autores: Dan Jurgens (roteiro), Andy Park e Billy Tan (desenhos), Jonathan Sibal (arte-final), Billy Tan e Jonathan Smith (cores) e Adam Hughes (capa) - Originalmente publicado em Tomb Raider # 11 a # 14, em 2001.

Preço: R$ 19,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Setembro de 2003

 

Sinopse

O seu nome é Croft. Lara Croft.

Aventureira internacional e caçadora de antiguidades perdidas, ela descobre os mais raros e cobiçados tesouros do mundo, os objetos mais desejados pela imaginação humana, não importando o quão sejam antigos e nem o lugar onde estejam escondidos.

Das gélidas e inacessíveis montanhas do Himalaia ao causticante clima tropical de Honduras, Lara e seu companheiro de aventuras, Chase Carver, encontram Shangri-La - a lendária cidade em que os habitantes jamais envelhecem - e um tesouro espanhol perdido desde o descobrimento da América.

Positivo/Negativo

Poucos são os personagens famosos oriundos dos videogames que conseguem repetir, apoiados em sua força icônica nos consoles, o mesmo sucesso em outras mídias. Nos quadrinhos, são ainda mais insólitos esses casos.

Lara Croft, a heroína da franquia Tomb Raider, foi uma das honrosas exceções.

Além dos filmes para os cinemas, estrelou várias edições especiais e duas séries próprias em quadrinhos (a mais longeva chegou a 50 números, e a primeira edição foi a revista mais vendida em 1999 nos Estados Unidos), praticamente configurando-se como uma personagem própria do universo Top Cow - inclusive participando de crossovers com outros nomes de peso da editora, como Witchblade e The Darkness.

Neste encadernado publicado pela Devir, estão coletadas algumas dessas histórias. Dois pequenos arcos, com duas edições cada, buscam expandir as aventuras arqueológicas e místicas da heroína. Mas, infelizmente, apresentam resultados bastante tímidos.

Intitulando a revista, Em Busca de Shangri-La tem um início interessante, baseando-se fielmente nos conceitos e situações apresentadas no romance Horizonte Perdido, de 1933, escrito por James Hilton, que deu origem ao mito, adicionando uma forte pegada ao melhor estilo dos jogos eletrônicos da protagonista.

A milionária caçadora parte em busca da mítica cidade, onde tempo, miséria, pobreza e guerras são fatos desconhecidos entre os habitantes multirraciais desta utópica realidade. Seu objetivo é ajudar um ente querido adoentado, na esperança que a medicina do local surta efeito sobre sua saúde bastante debilitada.

Os mesmos contratempos vistos na sua mídia original são aqui apresentados, com armadilhas fabricadas e naturais, alturas vertiginosas, cenários deslumbrantes e seres bestiais.

Apesar da narrativa praticamente tropeçar na própria afobação, precipitando os acontecimentos por metade da publicação, garante alguns bons momentos, mas desliza feio no final: como num passe de mágica, a pessoa a quem Lara quer ajudar simplesmente aparece junto dela e de seu amigo, Chase - que, do nada, carrega-a nos braços depois de sair de um helicóptero roubado desde o início da trama!

Uma absurda falta de coerência, sem o menor sentido.

Nesta mesma cena (página 49) há outro deslize, agora editorial: as falas de Lara Croft e da oriental Mu'Tin foram trocadas durante o diálogo, no sexto quadro.

A segunda aventura, tão ou mais rápida que a anterior, resulta numa busca a um tesouro secreto dos tempos de Cristóvão Colombo e suas expedições ultramarinas ao Novo Mundo.

Enquanto na primeira história a arte inclinava para o polêmico estilo Image do início da década retrasada, nesta segunda o traço assume formas mais arredondadas e um pouco menos estilizadas, com cenários bem desenhados. Ainda assim, as curvas generosas e poses sugestivas de Lara Croft - por vezes, extremamente gratuitas - dominam cada quadro.

No mais, o roteiro apresenta os mesmos contratempos e situações perigosas já vistas na primeira parte, sem muita inovação.

Talvez o grande destaque do encadernado sejam as belas artes de Adam Hughes para a primeira e quarta capas: o artista realmente sabe como desenhar mulheres em ação ou posadas e, ao lado de Frank Cho, tem sido um dos grandes nomes em tempos recentes nesta especialidade.

Graficamente, a Devir realizou um excelente trabalho, com boa impressão e acabamento esmerado. Como único material extra, ao final seguem anexas as capas originais das respectivas edições norte-americanas.

Mesmo dispondo de um leque razoável de histórias em quadrinhos lá fora, Tomb Raider ainda está devendo uma à altura da sua fama nos games em terras brasileiras.

Classificação:

4,0

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