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TRANSMETROPOLITAN - TESÃO PELA VIDA

1 dezembro 2012

TRANSMETROPOLITAN - TESÃO PELA VIDA

Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores:Warren Ellis (roteiro), Darick Robertson (desenho), Rodney Ramos (arte-final) e Nathan Eyring (cor) - Publicado originalmente em Transmetropolitan # 7 a # 12.

Preço: R$ 42,00

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Dezembro de 2011

 

Sinopse

O cínico e mal-humorado jornalista Spider Jerusalém prossegue sua peregrinação por uma metrópole que ele odeia, mas que o faz escrever.

Neste segundo encadernado (veja aqui a resenha do primeiro), Jerusalém vai visitar reservas de humanos, ver um homem submeter-se a download, contar a história de uma sobrevivente do século passado e ser perseguido por um cão policial que quer vingança.

Positivo/Negativo

Todo mundo é um pouco Spider Jerusalém.

Se não é, deveria ser. Aprender um ou dois costumes do protagonista de Transmetropolitan é uma boa medida para esse mundo louco e cruel que se vê por aí. Há quem diga que é melhor evitar a leitura da série criada por Warren Ellis e Darick Robertson antes de reuniões de trabalho, ou pode ser que você seja impelido a dizer a verdade mais crua e dolorida diretamente na cara de quem merece.

A verdade, diga-se, é o motor dessa série. Spider Jerusalém não se preocupa com nada que não seja cavoucar a verdadeira história que está enterrada embaixo do que é dito. Ele é um tipo de jornalista como deveria ser.

Claro que sua tendência ao excesso de drogas e à predileção por experiências inquietantes e afiadas são capazes de abrir suas certezas ao meio como uma barriga de peixe ao fio da faca de cozinha.

Mas a grande questão é: que verdade é essa que o personagem busca? É possível encontrar uma verdade única e universal, ainda mais se tratando dessas criaturas de carbono e loucas por sexo chamadas de humanos?

Nem Warren Ellis, o roteirista doidão de muitas séries piradonas, seria tão louco de afirmar esse tipo de coisa. Ou melhor, não seria tão ingênuo. Pois Transmetropolitan não é nada ingênua.

Ellis usa a boca de seu personagem para derramar uma corrente de frases e palavras impactantes, pedregosas, irônicas e engraçadas. Esta série é uma das melhores adaptações possíveis para a verborragia típica do escritor inspiração de Ellis, Hunter Thompson.

A sedenta busca pela verdade não é um objetivo a se atingir, mas um caminho. A tentativa de encontrar a verdade é toda a verdade que se vai descobrir. Afinal, no fim das contas, trata-se de fé - independentemente de quais provas a fé de cada um exija.

E assim, esse personagem louco corre por uma cidade futurista se opondo a todos, não fazendo muitos amigos, mas criando bastante sentido para o leitor. Essa é a verdade de Transmetropolitan. Ou, pelo menos, a verdade que esta resenha consegue apalpar.

É uma pena que a Panini só lance um encadernado por ano. Assim, mais gente poderia ler e aprender a ter alguma coisa do personagem: ser mais desinibido, menos apegado, mais libertário e principalmente, mais viciado na busca da verdade.

 

Classificação:

4,0

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