TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA
Editora: Desiderata - Edição especial
Autores: Flávio Braga (texto) e Edgar Vasques (arte), a partir de romance original de Lima Barreto.
Preço: R$ 44,90
Número de páginas: 72
Data de lançamento: Janeiro de 2010
Sinopse
Policarpo Quaresma é mais que um brasileiro: é um verdadeiro amante de seu país.
Pra ele, o Brasil deveria adotar o tupi-guarani como língua oficial. Como os tupinambás, o povo deveria se cumprimentar aos prantos, não apertando as mãos. Quaresma tem certeza de que a terra nacional também é a mais fértil.
Mas, quando começa a agir de acordo com suas crenças, o ufanista passa a enfrentar problemas.
Positivo/Negativo
Antes de qualquer coisa, Policarpo Quaresma traz uma grande notícia: Edgar Vasques voltou a publicar um álbum de quadrinhos.
Desde 1998, quando coletou as tiras Sottovoce em álbum pela L±, o mercado brasileiro não publicava uma HQ longa do criador de Rango.
Desenhista e aquarelista brilhante, Vasques é um nome que estava fazendo falta no recente boom de quadrinhos brasileiros. E faz diferença neste álbum.
O desenho ágil, os rostos expressivos, a reconstituição de época em roupas e cenários pintados com aquarela - tudo isso faz toda a diferença na representação visual do texto de Lima Barreto.
Até mesmo o letreiramento de Vasques reforça a vitalidade do satirista!
O roteiro de Flávio Braga também tem mérito: consegue apreender bem o espírito do texto, valorizando as nuances da obra original. E que mais se pode pedir de uma adaptação de um texto literário nesses moldes?
O timing para o lançamento é preciso: coincide com um ano eleitoral em que o país está otimista como poucas vezes se viu. É nesses cenários que os Policarpos Quaresmas surgem - e acabam se dando mal.
É um ano propício, portanto, para lembrar Lima Barreto, para lê-lo e relê-lo, para fazer suas sátiras circularem - e até para discuti-lo em sala de aula, intenção maior de todas essas adaptações de obras literárias para o formato de HQs.
Policarpo Quaresma está, portanto, à espera de professores audaciosos o suficiente para adotá-lo.
Por sorte, esta versão não é apenas uma armadilha para alunos desavisados, mas também uma bela HQ, capaz de impressionar bem qualquer leitor.
Ponto para a Desiderata - editora do grupo Ediouro que, por acaso, assumiu a coleção Grandes Clássicos em Graphic Novel da coirmã Agir.
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