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TURMA DA MÔNICA - ROMEU E JULIETA

1 dezembro 2010

TURMA DA MÔNICA - ROMEU E JULIETA

Editora: (Panini Comics) - Edição especial

Autores: Mauricio de Sousa e Yara Maura Silva (texto), Jayme Cortez (diretor de arte), Emy T. Y. Acosta (desenhos), Alice K. Takeda (arte-final), Márcia Regina Marchesini (cor) e Ana Queila Galli e Mauro Souza (recolorização).

Preço: R$ 50,00

Número de páginas: 64

Data de lançamento: Setembro de 2009

 

Sinopse

Nesta sátira da peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare, a Turma da Mônica incorpora os personagens de Verona.

Numa festa à fantasia, Romeu Montéquio Cebolinha se apaixona por Julieta Monicapuleto, filha da família que é inimiga de seus pais. Como eles farão para levar adiante esse amor impossível?

Positivo/Negativo

Originalmente, Romeu e Julieta é uma peça com elementos psicodélicos. Logo no começo, Mercutio, o amigo tresloucado de Romeu, faz um discurso sobre a fada Queen Mab - é um dos momentos mais impactantes do texto.

Mais tarde, o frei franciscano Lourenço, um boticário que louva os poderes das plantas, oferece veneno a Romeu - em um plano para acabar com as brigas entre Montéquios e Capuletos e possibilitar o amor impossível entre o rapaz e sua amada Julieta. Tem como ser mais alucinógeno?

Nesta adaptação de Mauricio de Sousa, o intenso Mercutio é relegado a uma quase figuração de Zé Lelé e aparece só de passagem.

Já Frei Lourenço - aliás, Frei Cascão - não dá drogas (nem "poção mágica") ao casal.

Mas isso não quer dizer que Mauricio tenha aberto mão da psicodelia. Pelo contrário: ela é onipresente. Está na diagramação das páginas e no contorno dos quadrinhos.

Em vez dos quadrados, dos retângulos, das linhas retas, a equipe de arte apostou em formatos arredondados, que dialogam bem com as estrelas, com os elementos da arquitetura renascentista, bolinhas de sabão e até um pote de bolinhas. Tudo é colorido e delirante, como se a história em si fosse um grande delírio.

Tudo bem que, durante sua carreira, Mauricio travou seus diálogos com a contracultura - vide os hippies Tina e Rolo da época. Mas, aqui, o flerte do autor com a psicodelia da década de 1970 é dos mais sofisticados.

O tom delirante também aparece no roteiro, quando Frei Cascão usa a metalinguagem para encontrar uma solução para o amor de Romeu e Julieta - levando a um beijo na boca que antecede em 30 anos o da Turma da Mônica Jovem.

E, por falar em décadas, é bom destacar que a HQ em si não é novidade: já foi publicada diversas vezes, e o leitor mais assíduo pode ter outra versão em casa.

E uma curiosidade extra: em 1979, quando saiu em Mônica # 115 e Cebolinha # 82, chegou até a ter 12 páginas cortadas pela Editora Abril. A descoberta é do jornalista Renato Félix e foi publicada no Jornal da Paraíba no começo deste ano - algo que surpreendeu até o próprio Mauricio de Sousa.

O que esta edição traz de especial é o zelo e o acabamento: papel couché, capa dura, formato álbum e um caderno de extras.

Romeu e Julieta merece: produzida 30 anos antes de HQs recentes como Lostinho e Cascão Porker, a sátira de Shakespeare é célebre. Já teve versão em livro, teatro, especial de TV, disco, bonecos...

Agora, pode ficar sempre em catálogo nas livrarias. Afinal, nas bancas, as edições são recolhidas depois de um período determinado.

Classificação:

4,0

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