Ultimate Marvel deve ser a revista de leitura mais rápida publicada pela Panini. Velocidade que não implica falta de qualidade.

E mais: velocidade que faz bastante sentido quando pensado que o universo Ultimate pretende angariar novos leitores. Para isso, é preciso parecer contemporâneo. Mas não basta encher as páginas com desenhos de notebooks, é necessário incorporar formatos e linguagens. E nisso, as três histórias do mix obtiveram sucesso.

E isso se deve ao encontro de três competentes roteiristas com três bons desenhistas.

Em Homem-Aranha, a abundância de diálogos, marca do escritor Brian Michael Bendis, funciona melhor do que em Novos Vingadores - também escrita por ele - justamente porque estão bem distribuídos nos quadros. Isso somado à habilidade de David Lafuente, com um traço que mescla elementos de mangá, dá uma boa velocidade à trama.

As páginas de ação de Lafuente estão especialmente boas neste número. E há muitas delas nessa história.

Assim como em Homem de Ferro. É uma pena que quando Steve Kurth encontra o melhor caminho pro seu traço, a história termine. O artista demonstra boa habilidade em cenas de pancadaria, assim como uma excelente variação de enquadramentos para sequências mais estáticas.

Quanto ao roteiro, apesar de vários clichês de tramas de espionagem, Warren Ellis arranca um fechamento surpreendente para a narrativa.

Surpresa que também deve acompanhar o final de Vingadores nos próximos meses. A trama de Mark Millar usa tantas possibilidades, que é difícil imaginar como terminará.

A arte de Carlos Pacheco é de alto nível, retratando cenas de ação com grande qualidade. Essa história é um símbolo da velocidade comentada parágrafos acima. Ela tão é rápida, com tantos eventos se engatilhando, que o leitor chega ao final meio sem fôlego.

Mês que vem, em substituição à Guerra das armaduras, estreia Inimigo Supremo, de Brian Michael Bendis e Rafa Sandoval. É aguardar pra conferir se isso fará bem ou mal à qualidade da revista.