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UNIVERSO DC # 1

1 dezembro 2007


Título: UNIVERSO DC # 1 (Panini
Comics
) - Revista mensal

Autores: A batalha por Blüdhaven - Justin Gray, Jimmy Palmiotti (texto), Dan Jurgens (desenhos) e Jimmy Palmiotti (arte-final);

Morte de uma cidadezinha - Bill Willingham (texto e arte);

Expostos - Gail Simone (texto), Brad Walker (desenhos) e Jimmy Palmiotti (arte-final);

Jogo de Reis - Greg Rucka (texto) e Jesus Saiz (arte).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Junho de 2007

Sinopse: A batalha por Blüdhaven - Durante a Crise Infinita, a Sociedade dos Vilões jogou o monstro tóxico Químio sobre Blüdhaven, uma cidade vizinha de Gotham City.

Um ano atrás, quando o governo decretou Área de Desastre Nacional no local, o grupo Aliança da Liberdade expulsou os Titãs e mais um punhado de heróis empenhados em ajudar a população local.

Passado esse período, um muro separa Blüdhaven do resto do mundo. E, do lado de dentro, há diversas facções disputando os escombros da cidade - que escondem um punhado de segredos.

Morte de uma cidadezinha - Um ano atrás, Superman descobriu que a cidadezinha de Riverrock, no Wyoming, foi coberta por uma esfera feita de glóbulos vermelhos alterados por magia. O encantamento foi realizado por um grupo de feiticeiros que pretendia fazer um sacrifício humano em grande escala para praticar necromancia.

Foi quando o Vingador Fantasma convoca o Pacto das Sombras para combater os feiticeiros.

Expostos - O Sexteto Secreto vai tirar o Pistoleiro de uma prisão na Coréia do Norte. Mas nem tudo está bem: afinal, a Sociedade dos Vilões ainda não acabou.

Jogo de Reis - Alan Scott, o novo Rei Branco, e Amanda Waller, a Rainha Branca, tentam sancionar o Xeque-Mate como agência da ONU. Mas uma trama nos bastidores pode atrapalhar os planos da dupla.

Positivo/Negativo: Da fase de expansão de títulos da DC na Panini, Universo DC é o mais inusitado. Na forma, não há nenhuma novidade: é mais uma revista mix mensal que reúne o equivalente a quatro títulos norte-americanos. Segue os moldes de Superman, Batman e Liga da Justiça, por exemplo.

É no conteúdo que a revista impõe sua marca. Diferentemente dos demais títulos da DC, as histórias quase não têm heróis. São protagonizadas por vilões ou, no máximo, anti-heróis. É algo comum na Marvel, que conta com personagens cuja conduta anda na corda bamba, como Justiceiro, Motoqueiro Fantasma e, vá lá, Wolverine. Mas não é usual na DC, que se pauta por superseres mais apolíneos, nobres.

Universo DC, curiosamente, não é uma boa amostra do espírito do Universo DC em si. Mas é um recorte surpreendente, que começa a mostrar novos caminhos para os personagens da editora, até porque lida com a sua estrutura sociopolítica.

Dois títulos abordam o papel do governo norte-americano, um tenta reorganizar a magia e outro, ainda, mostra a organização dos supercriminosos. E, de certa forma, todos se relacionam na criação dos alicerces da DC pós-Crise Infinita. Afinal, as quatro séries são diretamente derivadas do evento.

A batalha por Blüdhaven é uma minissérie em seis partes que transforma uma cidade fictícia de segunda linha, espécie de sidekick urbana de Gotham, em um cenário de guerra. Pelo que se vê na primeira edição, não há um protagonista específico, e sim uma série de grupos disputando o domínio da cidade.

Sem dúvida, é uma história peculiar, que não se calca em personagens famosos. Há, inclusive, o surgimento de heróis, com indícios de que há um novo grupo de Combatentes da Liberdade em formação.

A HQ ainda precisa evoluir para empolgar. A arte de Jurgens, por exemplo, parece deslocada. E os personagens, por enquanto, carecem de carisma. Diante do bom conceito, o excesso de joões-ninguém sem graça atrapalha na construção de uma boa trama.

Saindo diretamente das páginas de Dia de Vingança, a série do Pacto dos Sombras traz uma novidade: o roteirista Bill Willingham (Fábulas, Robin) cuida também da arte. É uma faceta menos conhecida do criador, mas que ele exerce há anos. Também é algo raro de se ver numa revista mensal da DC atualmente.

Mas, por mais que o traço de Willingham seja competente e bonito - e por mais bacana que seja a idéia de um artista tomar conta de um título praticamente sozinho -, é preciso destacar que o resultado da arte é um pouco caricatural. O tom, um problema que vem de Dia de Vingança, ainda não foi resolvido.

Mas, ao menos, o roteiro melhorou significativamente sem a interligação com Crise Infinita e correlatos. Agora, a magia da DC está menos pirotécnica e mais encantadora (e próxima de Fábulas e Os Livros da Magia). Há conceitos interessantes aqui e acolá, como o glóbulo de sangue e a matança de uma cidadezinha.

E a trama, parece, pode decolar. Há apenas um empecilho no caminho: tirando o Detetive Chimp, todos os personagens precisam urgentemente de uma dose extra de carisma.

A limitação dos personagens secundários tende a ser um dos maiores problemas de Universo DC. A revista é sustentada por heróis menores vivendo em bando, coisa com que a maioria dos roteiristas não consegue lidar. A tendência é, sempre, dar destaque a um ou outro, sem impor uma personalidade única e significativa para o grupo.

No Sexteto Secreto, fica evidente que o foco é no Pistoleiro e no Homem-Gato. São os dois que levam a série nas costas. Por sinal, é a mais fraca da revista - nada que espante. Gail Simone insiste em repetir o argumento da já fraca minissérie Vilões Unidos.

Das derivações da Contagem Regressiva para Crise Infinita, Xeque-Mate é o mais bem-sucedido. O título, que teve uma encarnação nos anos 80, repete o time criativo de Projeto O.M.A.C. com um bônus: a arte de Saiz está ainda melhor.

Mais uma vez, é o título mais interessante do pacote. Rucka e Saiz evoluíram a trama e apresentaram algo novo a partir do que foi mostrado na minissérie anterior. O clima de conspiração se repete, mas agora a partir de um viés global, com países como China e França disputando poder.

Não por acaso, é Rucka quem melhor dosa os personagens. Para entender seu método, basta ver o organograma do Xeque-Mate nas páginas 78 e 79. Há seres conhecidos e carismáticos em todos os níveis, do Lanterna Verde Alan Scott, agora Rei Branco, até Fogo, Cavalo do Rei Negro.

Com um grupo de bons personagens nas mãos, Rucka tem espaço para desenvolver os novos. Longe de ser um gênio, sua atitude é a de um roteirista zeloso, que conhece as armas de que dispõem e equilibra a força dramática de cada uma.

No fim das contas, a opção da Panini em juntar os quatro títulos numa única revista cria um título ousado, com uma linha editorial bem definida, mas ajuda a destacar as fraquezas da DC e suas limitações ao inovar e experimentar com seus super-heróis.

Classificação:

4,0

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