UNIVERSO DC # 4
Título: UNIVERSO DC # 4 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: A batalha por Blüdhaven - Justin Gray, Jimmy Palmiotti (texto), Dan Jurgens (desenhos) e Jimmy Palmiotti (arte-final);
Uma noite na vida do Demônio Azul - Bill Willingham (texto), Steve Scott (desenhos) e Wayne Faucher (arte-final);
Aranhas ao vento - Gail Simone (texto), Brad Walker (desenhos) e Jimmy Palmiotti (arte-final);
Jogo de Reis - Greg Rucka (texto) e Jesus Saiz (arte).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Setembro de 2007
Sinopse: A batalha por Blüdhaven - Os Cavaleiros Atômicos resgatam o Capitão Átomo. E começa um novo round de enfrentamentos em Blüdhaven.
Uma noite na vida do Demônio Azul - O cotidiano de Daniel Cassidy em Metrópolis.
Aranhas ao vento - O Sexteto Secreto encara a Patrulha do Destino.
Jogo de Reis - Com a invasão à província de Hebei, o Xeque-Mate ganha força para pressionar a China a incorporar a organização à ONU.
Positivo/Negativo: Universo DC chega à quarta edição com um mix que ainda tem dificuldade de se impor. Por um lado, há uma idéia interessante de concentrar os títulos mais sombrios de uma editora pouco acostumada a explorar a sordidez de seu elenco. Por outro, a revista descende diretamente de Contagem Regressiva para a Crise Infinita, trazendo junto os poucos méritos e os muitos defeitos da minissérie.
Logo na abertura, A batalha por Blüdhaven é um banho de água fria no leitor. Trata-se de uma história que retrata personagens de terceiro escalão (ou mais baixos ainda) lutando nos escombros de uma cidade da periferia de Gotham. A priori, poucas coisas seriam mais irrelevantes do que isso, mas os diálogos mal construídos e os desenhos apressados não dão conta sequer de construir uma narrativa decente. No lugar de ação, o leitor encontra confusão.
Outra série que deixa a desejar é Thunderb... ops, quer dizer, Sexteto Secreto. O grupo de vilões renegados soma-se à longa lista de equívocos recentes da roteirista Gail Simone, que perdeu completamente a mão. Mais do que um refugo de Vilões Unidos, série integrante da Contagem Regressiva, o título é uma teimosia - não tinha dado certo antes e continua sem funcionar agora.
Uma história como a deste número é uma prova da incapacidade de Simone de produzir uma narrativa bacana. Afinal, os elementos para uma boa história estão lá: o imortal Vandal Savage e os freaks da Patrulha do Destino são coadjuvantes capazes de dar um gás nos roteiristas mais sofríveis. Mas parece que Simone nem sequer consegue articular os elementos.
As outras duas histórias compõem a metade bacana que faz com que Universo DC valha a pena.
Pacto das Sombras não é a obra-prima de Bill Willingham, autor da cultuada série Fábulas, mas dá para o gasto. A história do Demônio Azul não chega a ser surpreendente, porém, consegue retomar o carisma individual de um personagem que se desgastou ao ficar relegado a coadjuvante de grandes grupos.
Mas a principal estrela da revista continua sendo Xeque-Mate. O título de Greg Rucka pode não ser o melhor que o roteirista tem a oferecer, mas não fica muito atrás. Saiz, por sua vez, traz uma arte lindíssima. A trama com a China brilha não só pela narrativa bem conduzida, mas pela força e pela atualidade com que o tema é tratado.
Talvez não seja mero acaso que, desde o começo, Xeque-Mate ocupe as capas de Universo DC. O título é o melhor embaixador do miolo da revista. A escolha também não se restringe aos editores: embora não tenha sido mencionado na publicação, houve uma votação no fórum da Panini para que os leitores votassem. Foram eles que selecionaram a arte vigorosa de Lee Bermejo.
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