Eis a primeira edição de Universo Marvel revolucionada editorialmente pela Panini. O que mudou foi a quantidade de páginas, o preço e a numeração, que foi reiniciada. O mix continua o mesmo, mas já apontando para a publicação de minisséries ligadas ao Reinado sombrio, como Elektra.

Hulk, escrito por Jeph Loeb, tem uma fórmula clara, que é repetida sem medo ou vergonha, mês após mês. Se você não gosta, isso não muda nesta edição; se gosta, continua curtindo, a menos que enjoe do mais do mesmo.

Essa história é da edição comemorativa de número 600 nos Estados Unidos. É mais uma das contas de Joe Quesada, editor da Marvel: soma tudo que já saiu de revista do Hulk até chegar num número expressivo.

A partir daqui, a revista segue com o Hulk verde; e o Hulk vermelho continua em outra revista. É possível que a Panini publique ambas neste mix.

Em seguida, mais uma minissérie da Elektra. Zeb Wells faz um trabalho competente em uma história de ação interessante, mas não mais do que isso. Mas é melhor duas Elektras do que mais um Hulk de Loeb.

Na segunda metade da revista, o que vale a sua compra: Quarteto Fantástico e Demolidor.

Começa o último arco da dupla Mark Millar e Bryan Hitch na revista da família mais famosa da Marvel. O roteiro é muito inteligente e causa impacto. A história começa a preparar o palco do confronto entre o Quarteto Fantástico e seu arqui-rival, o Dr. Destino. Mas o escritor escocês consegue colocar novidade nesse embate.

A arte de Hitch é muito bonita e o ritmo imposto à história é em alta velocidade. Quando o leitor percebe, já está em Demolidor.

O leitor é premiado com duas histórias do herói cego, que abrem o último arco do roteirista Ed Brubaker à frente da revista. Mas não há nem tempo de lamentar que uma das melhores fases do Demolidor vai se encerrar.

Na costa da morte é uma narrativa belíssima, esplendidamente ilustrada por David Aja. A trama se centra no rei do Crime e em suas reflexões. É um exemplo de boas caracterizações dos personagens, de texto competente e de divisões de ação empolgantes. É o tipo de HQ que faz o leitor sorrir satisfeito e achar que valeu a grana paga.

A história seguinte do Demolidor é inferior, mas está longe de ser ruim. A arte volta a ser do desenhista regular da série, Michael Lark. A narrativa vai bem e o leitor fica ansioso pela próxima edição.

Enquanto Universo Marvel tiver as séries de Brubaker e Millar para publicar, não há risco na compra da revista. Resta saber como ela se sairá quando as duas se encerrarem.