UNIVERSO MARVEL # 25
Título: UNIVERSO MARVEL # 25 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: Motoqueiro Fantasma - Daniel Way (roteiro) e Javier Saltares (desenhos);
Coisa - Dan Slott (roteiro) e Kieron Dwyer (arte);
Hulk - Daniel Way (roteiro da primeira história), Greg Pak (roteiro da segunda história), Carlo Pagulyan, Michael Avon Oeming, Alex Niño e Marshall Rogers (desenhos).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Julho de 2007
Sinopse: Motoqueiro Fantasma - Johnny Blaze está condenado a passar a eternidade no inferno em sua forma de Motoqueiro Fantasma, mas não vai se conformar com isso.
Coisa - Ben Grimm decide fazer uma noite de pôquer especial e chama todos os seus poderosos amigos.
Hulk - Vendido como escravo e agora lutando como gladiador, Hulk é visto por alguns como um sinal de salvação e por outros como uma ameaça. Mas, indiferente a tudo que ocorre à sua volta, ele só quer saber de lutar e destruir coisas sem se associar a fracotes.
Positivo/Negativo: Como sempre acontece quando um personagem aparece
em um filme
(mesmo que seja um de qualidade duvidosa), ele ganha projeção. Se
estava sem título próprio, a editora sempre tenta retomá-lo. É o que
acontece com o Motoqueiro Fantasma.
Por mais que ele tenha um conceito bacana e tenha tido seu próprio título por vários anos, ele nunca foi um dos (com o perdão do trocadilho) "carros-chefes" da Marvel. Para piorar, tem uma cronologia bem complicada e a entidade já teve dois hospedeiros.
Essa retomada marca a volta de Johnny Blaze, o Motoqueiro original, reinserido na cronologia por Garth Ennis em uma minissérie que foi publicada por aqui em Marvel Max, na qual o personagem está aprisionado no inferno, condenado a tentar eternamente fugir de lá. Sem sucesso.
O começo desta nova série é exatamente o mesmo, mas, aqui, é apresentado Lorde Satã, responsável por torturar o Motoqueiro e, como é mostrado no final, grande vilão deste arco.
Mas o problema é o roteirista Daniel Way. Ele até faz alguns jogos de idéias interessantes, falando sobre a esperança e como ela é uma tortura. Mas, no geral seu texto é fraco demais. E o autor tenta compensar isso surpreendendo constantemente o leitor, sempre de maneira forçada. A revelação da identidade do personagem Greexix é um bom exemplo disso.
Para fechar, depois de tanto tentar fugir, simplesmente o Motoqueiro e diversas almas escapam do inferno. Claro que na próxima edição deve haver alguma explicação ligando o fato aos versículos da Bíblia que aparecem no fim da história, mas é uma fragilidade do roteiro.
Ao menos o desenho está competente, com uma cor muito bem aplicada que dá efeitos bacanas às cenas. Apesar do estilo de Javier Saltares ser comum, ele usa uma narrativa visual excelente para as cenas de ação.
A segunda história do mix (do Coisa, escrita por Dan Slott) é um verdadeiro tapa-buraco, daqueles que ficam nas gavetas dos editores nacionais esperando até o dia em que saem para completar alguma revista.
Ela até diverte, mas acaba calcada em uma estrutura humorística já desgastada, com todos os heróis em uma sala fazendo algo e contando histórias. Vale pela descontração e por retomar os bizarros personagens do quarto escalão da Marvel: os Vingadores Centrais.
A revista fecha com duas histórias do Planeta Hulk. A série tem um sério problema editorial norte-americano que vai acabar se repetindo aqui: é um dos desdobramentos dos eventos que levam à Guerra Civil, mas ocorre paralelamente à grande saga da Marvel no ano.
Assim, todos os holofotes, sites, divulgação e preocupação de se ler a Guerra e as dezenas de títulos estão ligados a ela; e o Hulk fica lá, esquecido em um canto tendo um "mega evento" paralelo.
Até a identidade visual das capas distancia a série das outras que passam a ter um visual bem marcado para indicar sua ligação com a Guerra Civil.
O problema é que, depois da Guerra Civil, as histórias vão se interligar com Planeta Hulk, que passará a ser um evento essencial para entender as outras revistas. Daí, será complicado, pois muitas pessoas que não deram atenção para esta história, vão penar para acompanhar os eventos.
Isso cai no eterno dilema de que essas interligações que forçam os leitores a acompanhar todas as revistas acabam justamente os afastando, pois eles não querem - ou não podem - comprar tantas revistas.
Dito isso e ressaltada a importância cronológica, cabe dizer que as duas histórias desta edição estão fracas. A trama está presa a vários clichês e idéias batidas. E a primeira foi escrita também por Daniel Way, que fez um roteiro entupido de diálogos e transformou uma aventura em algo chato e cansativo.
A segunda história, escrita por Greg Pak dá uma melhorada, mas, ainda assim, é bem arrastada e pouco acontece.
O que se salva é o posicionamento indiferente do Hulk; muito interessante. Ele é um animal ferido, traído por todos aqueles que ajudou e considerava amigos. Assim, ele não se importa com a política local, com os interesses das outras pessoas e, quando tentam chamá-lo para ser o grande salvador do planeta, simplesmente diz que não quer.
Vale elogiar a edição nacional que, pra comemorar as 25 edições da revista, trouxe um pôster do Motoqueiro Fantasma.
Editorialmente, apenas uma crítica: na página 11, a fala do Lorde Satã, que tem um tipo de letra diferenciado (vermelha), saiu grafada com a mesma fonte dos balões dos outros personagens. Vale uma atenção redobrada a esses detalhes.
Classificação: