UNIVERSO MARVEL # 36
Autores: Motoqueiro Fantasma - Daniel Way (roteiro) e Javier Saltares (desenhos)
Thunderbolts - Warren Ellis (roteiro) e Mike Deodato (desenhos);
Hulk - Greg Pak (roteiro) e Gary Frank (desenhos).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Junho de 2008
Sinopse: Hulk - A Mulher-Hulk foi abandonada sem poderes por Tony Stark no meio do nada e ao seu resgate aparece Amadeus Cho. O garoto, que é um grande fã do Hulk, possui uma genialidade que vem surpreendendo Reed Richards e Stark e vive como um renegado do sistema.
Motoqueiro Fantasma - O Motoqueiro junta forças com o Xerife Harry para banir Lúcifer, que se apoderou do cadáver do vilão Halloween e está causando grandes problemas.
Thunderbolts - Norman Osborn prepara o grupo para seu próximo alvo, o Homem-Aranha, ou melhor, o Aranha de Aço. Parece que a sanidade do diretor dos Thunderbolts não anda lá muito bem graças às manipulações de Rocha Lunar, cujas pretensões são maiores do que apenas participar da equipe de campo.
Positivo/Negativo: Esta edição começa a dar uma idéia melhor de por que a Mulher-Hulk aparece ajudando Tony Stark em Hulk contra o mundo # 2. Ela está furiosa com o Homem de Ferro, mas, ainda assim, sabe que o seu primo é perigoso.
Mesmo bem intencionado, o Hulk é uma máquina de destruição e essa é a idéia que a Mulher-Hulk tenta passar para Cho. Mas o garoto parece não entender. Pelo contrário, está tão obcecado pelo Gigante Esmeralda, que, a esse ponto, o leitor começa a pensar em teorias malucas: será que ele descobriu um jeito de explodir nave só para fazer o Hulk voltar?
É uma possibilidade. E este resenhista ficaria muito chateado se fosse algo tão óbvio. Mas, em todo caso, é uma teoria.
A história conta com a participação do Dr. Samson, que é manipulado pelo garoto. Mais uma mostra de que o brilhantismo de Cho não é só ligado à tecnologia - ele é um ardiloso estrategista.
O que estraga a edição é Gary Frank. É difícil entender o que os editores americanos vêem nele. Seu desenho é extremamente inconstante, os rostos variam de formato e é nítida sua absurda dificuldade de representar as expressões faciais - seu traço faz parecer que os personagens têm as feições "carregadas", como se tivessem tantas rugas quanto uma pessoa de mais de 100 anos; e isso num garoto de 16 fica bizarro.
As duas histórias do Motoqueiro Fantasma, a princípio, parecem dignas de serem saltadas, mas, felizmente, ambas pegaram um bom momento do arco: o confronto entre o Motoqueiro e o Halloween/Lúcifer. Assim, lê-las na seqüência é uma vantagem, pois não quebra a ação e a trama termina logo.
É impressionante Daniel Way enrolar essa luta por duas edições. Ele tem tão pouco a dizer, que a leitura das 48 páginas não tomam mais do que 15 minutos. O leitor passa rapidamente pelos desenhos de Javier Saltares. Aliás, Saltares tem carregado a revista nas costas, garantindo um visual sombrio que cai bem para o personagem.
Por fim, Thunderbolts continua muito devagar. Não dá para saber exatamente o que Ellis pretende construir.
A trama paralela com os heróis renegados de segunda linha, Aranha de Aço e Águia Americana, ainda não se encaixa com a história. A idéia de Osborn estar sendo manipulado por Rocha Lunar e enlouquecendo aos poucos é muito boa, e pode render algo interessante. Mas, fora isso, os personagens do grupo estão muito dispersos.
O que ajuda é o visual criado pelo brasileiro Mike Deodato. O traço realista combinado com cores sombrias funciona bem para a série, que está tentando mudar a "cara" dos Thunderbolts.
Antes, eles estavam tentando ser heróis, buscando alguma redenção. Agora, trabalham para o governo. Estão em uma base dentro de uma montanha que, ao mesmo tempo, é espaçosa e claustrofóbica, como ficou retratado nas páginas 86 e 87.
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