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VALSA COM BASHIR

3 julho 2009


Autores: Ari Folman (texto) e David Polansky (arte), sobre material original do documentário israelense homônimo. Tradução de Pedro Gonzaga. HQ publicada originalmente na graphic novel Waltz with Bashir.

Preço: R$ 46,00

Número de páginas: 120

Data de lançamento: Março de 2009

Sinopse: O álbum conta a história de seu autor, Ari Folman, um ex-soldado israelense que tenta recuperar a memória perdida de um massacre de palestinos do qual participou.

Positivo/Negativo: "Só graças ao esquecimento é que de vez em quando podemos redescobrir a pessoa que fomos", diz o escritor francês Marcel Proust em seu Em busca do tempo perdido, considerado o maior monumento à memória já produzido pelo homem.

O esquecimento, contudo, nem sempre esconde doçura e nostalgia. Ele é descontrolado, selvagem. E pior: indomável - e é isso que se vê na história de Ari Folman. Sua busca é por momentos que serão doloridos, que talvez o revelem uma aberração, sabe-se lá, afinal, quais foram seus atos e suas decisões diante do massacre.

A busca pela memória perdida de Folman foi vertida inicialmente em um documentário autobiográfico produzido em animação - e que já conta com bom desempenho internacional, um Globo de Ouro, uma indicação ao Oscar e previsão de estreia no País.

É dessa animação, a propósito, que saíram os quadros para produzir a HQ.

O resultado, contudo, ficou bastante superior àquelas velhas e modorrentas adaptações de filmes que já foram bem comuns.

Sem embustes nem empastelamentos, Folman e David Polonsky fizeram uma adaptação de fato, zelosa, que faz sentido por si só.

A bela arte dos personagens é simples, com traços fortes e cores chapadas, contrastando com o cenário rico e detalhado - o que torna a HQ visualmente impactante. Mas que tem um problema como consequência: ao atrair o olhar, o fundo afasta o leitor dos personagens, colaborando com uma certa frieza que atrapalha a obra.

É o contrário, aliás, do que se viu em outras obras autobiográficas de guerra que chegaram aos quadrinhos nas últimas décadas, como Persépolis e Palestina - Na faixa de Gaza. E elas, com tenham traço mais caricatural, são mais humanizadas.

Folman e Polonsky pode não ter acertado em cheio, mas é preciso lembrar que jogaram em um páreo duríssimo, no qual estão algumas das melhores HQs dos últimos anos.

 

Classificação:

4,0

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