VENOM – DARK ORIGIN
Editora: Marvel Comics - Edição especial
Autores: Zeb Wells (roteiro), Angel Medina (desenhos e capa), Scott Hanna (arte-final) e Matt Milla (cores) - Originalmente publicado em Venom - Dark Origin # 1 a # 5, em 2008.
Preço: US$ 14,99
Número de páginas: 112
Data de lançamento: Junho de 2009
Sinopse
Em um dia penoso, o amargurado e fracassado jornalista Eddie Brock encontra um rejeitado organismo simbiótico de um planeta alienígena, fazendo surgir um dos maiores inimigos do Homem-Aranha: o vingativo Venom.
Mas não foi tão simples assim. As raízes distorcidas que deram origem a uma vida de malevolência já existiam muito, muito antes.
Positivo/Negativo
Dono de uma das melhores galerias de vilões existentes, o Homem-Aranha sabe bem o que é enfrentar um desafio à altura. Um reflexo distorcido de si mesmo, corrupto, um algoz que possui todas as suas habilidades ampliadas, conhece sua identidade, sabe de suas fraquezas e nutri por ele um ódio duplamente mortal: Eddie Brock - e seu alter ego simbiótico Venom.
O vilão estampou sua preferência entre roteiristas, desenhistas e leitores na década de 1990, quando atingiu seu auge nas páginas dos quadrinhos.
Não seria errado afirmar que Venom personificou as peculiaridades do vilão de sua época: forte, raivoso, com mentalidade rasa e sem meias palavras na hora da pancadaria. Exatamente o que garantiu lucros polpudos à Marvel e pura diversão ao público consumidor.
Nesta revisão de sua origem, são adicionados alguns elementos psicológicos que fizeram de Brock alguém extremamente volátil e subjugado pela própria mitomania (desequilíbrio psíquico obsessivo-compulsivo em mentir reiteradamente, chegando mesmo a acreditar nas inverdades ditas).
Essa patologia fica implícita durante toda a trama, mas seus sintomas são mais do que expressos em vários momentos. Como forma de compensar seu fracasso, Brock dedica-se intensamente à musculação, formando o perfil que os fãs conhecem.
O aspecto mitômano do personagem é tão evidente que este chega a culpar o herói aracnídeo pela sua desgraça profissional, algo que se agrava ainda mais quando ocorre sua fusão com o simbionte alienígena, que igualmente tinha ódio de seu antigo hospedeiro.
É justo mencionar outros pontos interessantes explorados pela trama.
O primeiro fica por conta da ironia na carreira escolhida: sendo um jornalista, Eddie tem a obrigação de expor informações verídicas segundo informações devidamente embasadas, o que piora substancialmente a sua situação.
Talvez uma das influências da história tenha sido a própria origem de Venom no longa-metragem Homem-Aranha 3, de 2007, no qual as características acima foram vistas.
Em seguida, uma ligeira revisitada à morte da capitã de polícia Jean DeWolff e a rápida ligação entre o assassino "Devorador de Pecados" e Brock, que à época trabalhava para o Globo Diário, periódico rival do Clarim Diário, que desencadeia sua derrocada e consequente revolta.
Na arte, Angel Medina configurou-se numa escolha dúbia. Apesar de sua arte beirando ao caricato não encontrar uma química adequada com o tom do enredo, essa mesma qualidade casou bem com o visual clássico do vilão.
Um festival de bocarras, sorrisos dentados impossíveis e a descomunal língua oscilante são utilizados à exaustão, e bem à vontade nos desenhos estilizados do artista, o que talvez outro desenhista mais tarimbado não conseguisse.
Afinal, foi tudo bem típico daquele estilo noventista.
Esta nova versão da origem de Venom foi publicada, por aqui, nas edições # 88 a # 92 do título mensal Homem-Aranha, pela Panini, em 2009.
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