A revista Vertigo é eclética e abrangente.

Há leitores que prefeririam uma série diferente em vez daquela que é publicada, alguns optam por não ler esta ou aquela história, mas não há quem saia insatisfeito. A menos, claro, que não seja alguém afeito à linha adulta da DC Comics.

Vampiro americano agrada leitores adeptos ao terror e às boas histórias
de vampiro (aquelas que não se parecem com a saga Crepúsculo).
Quem gosta de boas ideias dentro da mitologia desses sanguessugas encontrará
elementos muito bem sacados pelos roteiristas Scott Snyder e Stephen King.
Tudo apresentado pela ótima arte de Rafael Albuquerque.

Os fãs habituais de Hellblazer também não têm muitas queixas de Mike Carey, que escreve histórias de suspense, trambiques e magia dignas de John Constantine. E quem as apresenta é a bela arte de Marcelo Frusin.

Já os entusiastas de aventuras medievais podem se interessar pela série Vikings, que parece que, finalmente, vai a algum lugar.

Brian Wood criou uma história de fuga pela sobrevivência com pai e filha, que remete diretamente ao genial mangá Lobo Solitário e ao aterrador livro de Cormac McCarthy (e posterior filme), A estrada. Infelizmente, contudo, a trama não tem tanto impacto e brilho quanto essas obras.

Ainda assim, este arco é o melhor trabalho de roteiro da série Vikings. Pena que acompanhado da arte mais fraca até aqui.

O desenho que também deixa a desejar é o de Casa dos mistérios, especialmente o de Henry Flint, com um estilo que tenta fugir do estilo super-herói Image e nem sempre consegue.

Essa é uma série para agradar leitores de fantasia urbana, na linha dos trabalhos de Neil Gaiman. Matthew Sturges coloca boas ideias no enredo, mas não apresentou ainda a força que o roteirista de Sandman tem.

Encerra a revista Escalpo. Jason Aaron mira um leitor que gosta de séries tensas e violentas. Quem se identificar encontrará doses cavalares de ultraviolência e ação.

Novamente, a estrutura do roteiro de Aaron é bem construída e a história deste número amarra diversas pontas soltas deixadas nas edições anteriores.

O traço de John Paul Leon é ótimo e bem ajustado à série. Sem nenhum demérito ao desenhista regular, R. M. Guéra, esse foi o melhor trabalho de arte do título até aqui.

A revista Vertigo consegue abranger todos esses leitores, sem necessariamente excluir qualquer um deles. E é essa uma das razões deste mix valer a pena.