VERTIGO # 8
Editora: Panini Comics - Revista mensal
Flores negras (Hellblazer # 182) - Mike Carey (roteiro), Lee Bermejo (arte) e Lee Loughridge (cores);
A saudade (House of mystery # 4) - Matthew Sturges (roteiro), Luca Rossi e Steve Rolston (arte) e Lee Loughridge e Dave McCaig (cores);
A volta dos exilados (Northlanders # 8) - Brian Wood (roteiro), Davide Gianfelice (arte) e Dave McCaig (cores);
O estilo do punho interceptador (Scalped # 8) - Jason Aaron (roteiro), R.M. Guéra (arte) e Giulia Brusco (cores);
Lugar nenhum (Neverwhere # 8) - Mick Carey (roteiro), Glenn Fabry (arte), Tanya e Richard Horie (cores) e Neil Gaiman (consultoria).
Preço: R$ 9,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Julho de 2010
Sinopse
Flores negras - Angie começa a ouvir gritos de seu irmão que está internado em um hospital psiquiátrico, enquanto John Constantine recebe uma visita muito estranha.
A saudade - Fig se recusa a aceitar sua condição na Casa dos mistérios. E uma história de amor bem diferente é contada.
A volta dos exilados - O destino de Sven contra os saxões.
O estilo do punho interceptador - Conheça um pouco mais sobre Diesel
Lugar nenhum - Richard, Caçadora e Lady Porta chegam ao mercado flutuante. Penúltimo capítulo da série.
Positivo/Negativo
A Vertigo, linha adulta da DC, entrou no imaginário coletivo dos leitores por ser uma chancela de histórias com bons roteiros.
Isso se deve muito ao fato de a Vertigo ter competido na década de 1990 com o "fator Image" e aos roteiristas que estão na sua raiz: Neil Gaiman, Alan Moore, Jamie Delano e Rick Veitch.
A estes se seguiram outros escribas de talento: Grant Morrison, Warren Ellis, Garth Ennis, Brian Azzarello. Todos colaborando pra que o selo adulto continuasse como referência de histórias bem contadas dentro da indústria norte-americana.
Ao abrir a edição preparada pela Panini, com uma seleta de cinco séries, o leitor não encontra os citados acima (certo, Gaiman é consultor de Lugar nenhum). Também não estão na revista Vertigo bons roteiristas atuais, como Brian K. Vaughan (Y - O último homem e Ex Machina) ou Bill Willingham (Fábulas).
O que o leitor encontra ali são escritores de destaque mais recente ou, para ser cruel, de menor qualidade, quando comparados.
E, apesar disso, o mix é muito bom.
Mike Carey conduz tramas de terror urbano bem interessantes. Na sua mão, Constantine usa muito mais magia do que com Garth Ennis, por exemplo. A arte de Lee Bermejo é ótima e traduz bem o que o roteiro conta.
Em seguida, Casa dos mistérios. Matthew Sturges é um roteirista com um currículo pequeno ainda. Mas é muito competente e oferece várias camadas de tramas e conflitos, com um andamento corretíssimo. A ideia de uma história contada dentro da história é bacana e acresce à qualidade da série.
Vikings é o título com mais problemas nos roteiros. Brian Wood repete a mesma característica de ZDM: um protagonista, Sven, pouco carismático. Além disso, as quebras de expectativa são mal planejadas, causando frustração e não surpresa. Sobra como ponto positivo a arte de Davide Gianfelice.
O leitor passa, então, à melhor história da revista: Escalpo. Jason Aaron usa este arco sobre a inauguração do cassino de Corvo Vermelho para explorar e dar profundidade aos personagens que circundam Dashiell Cavalo Ruim.
O recurso de roteiro é bastante funcional. Existe uma trama central vista pela perspectiva de cada um dos personagens. Para cada um, uma edição. Tudo embalado pela competente arte de R. M. Guéra.
Fecha a edição mais um trabalho de Mike Carey, a adaptação do livro e seriado televisivo de Neil Gaiman, Lugar nenhum. É uma história que tem se alongado demais, mas parece ganhar agilidade neste penúltimo capítulo, deixando bons ganchos para a conclusão.
A Panini já anunciou que Vampiro americano, série desenhada pelo brasileiro Rafael Albuquerque substituirá Lugar nenhum na décima edição. A tendência é que o nível da publicação melhore ainda mais.
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