Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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VIDA DE ESTAGIÁRIO

Por Delfin
1 dezembro 2005


Título: VIDA DE ESTAGIÁRIO (Conrad
Editora
) - Edição especial

Autores: Allan Sieber (roteiro e desenhos).

Preço: R$ 25,00

Número de páginas: 104

Data de lançamento: Abril de 2005

Sinopse: Oséias finalmente consegue seu primeiro emprego, numa
grande agência de publicidade, com boa estrutura, pessoas interessantes
e amplas possibilidades profissionais. Este é o seu sonho.

Mas o rapaz, artista de quadrinhos nas horas vagas, é na verdade apenas
um estagiário, um zé-ninguém. E é assim que é tratado por todos na agência.
Com uma tendência inevitável a se dar mal, ele segue sua via crucis
diária, em busca do respeito que nunca conseguirá.

Positivo/Negativo: Quando Vida de Estagiário começou a ser
publicado semanalmente do caderno Folhateen da Folha de S.Paulo,
o grande público teve acesso a um artista que já se destacara em festivais
de animação e pela cena underground, primeiro no Rio Grande do
Sul e, depois, no Brasil. Seu nome: Allan Sieber.

As desventuras do estagiário Oséias podem ser mais palatáveis para o gosto
sensível de uma parcela razoável de leitores do que seu trabalho anterior,
Preto no Branco, mas não se engane: por trás da tira aparentemente
teen, existe acidez e crítica de sobra.

Sobra para o universo dos publicitários, para as relações familiares e
para todos os que pintarem no caminho. Assim, o público ri, no fundo,
do reflexo da sua própria desgraça.

Nesses tempos em que se fala em primeiro emprego e apoio governamental,
é interessante ler as histórias reais (ainda que com identidades trocadas,
para preservar um pouco os incautos estagiários que as enviaram para Sieber)
que entremeiam cada seqüência. Algumas são tão ou mais risíveis que a
vida fictícia de Oséias.

Num álbum com ótimo acabamento, com os brindes dos sketches do
autor e também com ilustrações atribuídas ao pai de Sieber (e que devem
mesmo ser, mas nunca se sabe), uma das melhores amostras do recente humor
nacional. Crítico e ácido, sem dúvida. Mas engraçado, sem ser chato.

Classificação:

4,0

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