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Visão – Volume 1 – Pouco pior que um homem

29 março 2018

Visão – Volume 1 – Pouco pior que um homemEditora: Panini Comics – Edição especial

Autores: Tom King (roteiro), Gabriel Hernandez Walita (desenhos) e Jordie Bellaire (cores) – Originalmente em The Vision # 1 a # 6 (tradução Paulo França e Leonardo Camargo).

Preço: R$ 40,00

Número de páginas: 136

Data de lançamento: fevereiro de 2018

Sinopse

O Visão quer ser humano. E o que é mais humano do que formar uma família?

Para isso, ele retorna ao laboratório onde Ultron o criou e o moldou para ser uma arma. Então, os construiu. Uma esposa. Dois gêmeos adolescentes. Todos herdaram sua aparência. Seus poderes. E compartilham de sua grande ambição (ou obsessão?): a necessidade incessante de ser normal.

Eles são a família da casa ao lado, e têm poder para matar todos nós. O que poderia dar errado?

Positivo/Negativo

Tom King é o nome do momento, cada obra lançada com sua assinatura é sucesso certo. Todo burburinho deve se investigar, pois na fraca safra atual de quadrinhistas da Marvel e da DC torna-se mais fácil de se destacar.

Na contracapa desta edição, há uma frase de Bryan K. Vaughan (Saga): “Esta nova HQ do Visão do Tom King e do Gabriel H. Walita é tão boa quanto dizem.” Se Vaughan está dizendo, é um grande parâmetro, e ele está certo.

Por mais que o mais correto seja dar o brilho desta obra à dupla de criadores, a condução da trama feita por King se sobrepõe a qualquer outro aspecto do quadrinho. O roteirista utiliza artifícios que causam curiosidade, como, por exemplo, contando como será o desfecho da história para alguns personagens, demonstrando que o importante não é o fim, mas sim como se chegará até lá. Visão é um espiral rumo ao caos.

O autor já havia chamado a atenção com a fase atual do Batman e a série O Xerife da Babilônia, pois seus enredos, geralmente, instigam o leitor pela simplicidade. As reviravoltas não são revolucionárias e, em alguns momentos, mostram-se até previsíveis. Mas, no caminho, o leitor fica preso em diálogos diretos e precisos.

Visão – Pouco pior que um homem tem ares de Shakespeare – o próprio título é uma referência à peça O mercador de Veneza, do dramaturgo britânico. A disfuncionalidade da família Visão possui tom teatral, mas, ainda assim, real. O sintozoide e os seus poderiam encenar uma ótima peça de teatro sobre o “lado negro” do American Way of Life.

O personagem criado por John Buscema e Roy Thomas tem uma grande história na Marvel, e ela também é aproveitada, como o casamento com Wanda Maximoff, a Feiticeira Escarlate, e a clássica história Até um androide pode chorar. Ambas são utilizadas de forma pontual, com o intuito de mostrar que a trama se situa no cânone da "Casa das Ideias.

Da arte, é importante ressaltar também a colorização de Bellaire, com tons vivos, mas mesclada com outros mais "duros", criando o tom de thriller e de que algo não está certo. O desenho de Walita é competente, e chama a atenção em detalhes, como ao “brincar” com elementos da casa dos Visões

A edição segue o formato padrão das publicações da Panini da linha Nova Marvel, com capa dura e miolo em papel couché, e tamanho de 17 x 26 cm. É um formato ideal para uma obra de nicho, mas que realmente merece um acabamento um pouco luxuoso.

Classificação

4,5

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