WEDNESDAY COMICS # 5
Editora: DC Comics - Minissérie em 12 edições
Autores: Batman - Brian Azzarello (texto), Eduardo Risso (arte) e Patricia Mulvihill (cores);
Kamandi - Dave Gibbons (texto) e Ryan Sook (arte);
Superman - John Arcudi (texto), Lee Bermejo (arte) e Barbara Ciardo (cores);
Deadman - Dave Bullock (texto e arte), Vinton Heuck (texto) e Dave Stewart (cores);
Green Lantern - Kurt Busiek (texto) e Joe Quiñones (arte);
Metamorpho - Neil Gaiman (texto), Michael Allred (arte) e Laura Allred (cores);
Teen Titans - Eddie Berganza (texto) e Sean Galloway (arte);
Strange Adventures - Paul Pope (texto e arte) e José Villarrubia (cores);
Supergirl - Jimmy Palmiotti (texto), Amanda Conner (arte) e Paul Mounts (cores);
Metal Men - Dan DiDio (texto), José Luis García-López (desenhos), Kevin Nowlan (arte-final) e Patricia Mulvihill (cores);
Wonder Woman - Ben Caldwell (texto e arte);
Sgt. Rock - Adam Kubert (texto) e Joe Kubert (arte);
The Flash - Karl Kerschl (texto e arte), Brenden Fletcher (texto) e Dave McCaig (cores);
The Demon and Catwoman - Walter Simonson (texto) e Brian Stelfreeze (arte);
Hawkman - Kyle Baker (texto e arte).
Preço: US$ 3,99
Número de páginas: 16
Data de lançamento: Agosto de 2009
Sinopse
Nesta revista com formato próximo ao de um jornal tabloide, a DC publica histórias seriadas de seus heróis, evocando os velhos tempos dos cadernos dominicais de quadrinhos.
Positivo/Negativo
Uma característica recorrente na cultura pop é a narrativa em sequência: a história que continua por natureza, começa e não acaba, ou termina depois de algum tempo.
É o caso de séries de TV como Lost, de romances como Harry Potter ou até mesmo de telenovelas.
Para avaliar essas obras, um comentarista precisa usar armas diferentes daquelas utilizadas para peças finalizadas.
É preciso levar em conta outros fatores, como o ponto em que a narrativa está.
Os começos, por exemplo, podem ser entusiasmantes. Mas também podem ser morosos, com tom de prelúdio. Nenhuma das saídas está errada. Depende da obra.
Por isso, é preciso avaliar parte a parte. Não só porque é assim que a obra é publicada, mas porque é assim que o leitor a consome.
Quando a obra está completa, a avaliação das partes até pode mudar.
Há o caso clássico da primeira temporada de Heroes. Capítulo após capítulo, a série recebeu resenhas mais que positivas. Eram calorosas mesmo.
Aí veio o capítulo final. O desfecho foi tão fraco que jogou um balde de água fria em toda a até então bem-sucedida temporada.
Nas HQs de super-heróis, é comum ver séries que estão em andamento constante.
Wednesday Comics usa essa natureza seriada ao fazer uma referência às séries do passado, publicadas em capítulos nas edições dominicais dos jornais.
Mais que isso: por publicar apenas uma página da HQ por vez, demorou um pouco para todas as tramas engrenarem.
Agora que Wednesday Comics chega a seus meados, é um bom momento para repassar todas as séries e ver como andam. Uma a uma.
Batman - É uma das séries mais complexas, com mais elementos, especialmente porque Azzarello estruturou sua história a partir de cenas isoladas. Assim, o autor independe da transição entre as semanas e faz com que a trama de desenvolva com agilidade.
Kamandi - Depois de um começo devagar, Dave Gibbons e Ryan Sook conseguiram achar um bom mote: uma última garota na Terra para fazer companhia a Kamandi.
Nesta edição, o herói enfrenta os gorilas caçadores que mantinham a humana como prisioneira. A estrutura da história é bem clássica: painéis com recordatórios, sem balões de fala. Evoca O Príncipe Valente.
Superman - Começou bem, com agilidade, mas desacelerou. Nesta edição, o Homem de Aço recapitula a sua origem. A arte de Lee Bermejo colorida por Barbara Ciardo, contudo, continua excepcional.
Deadman - Não é uma série que conseguiu se destacar no roteiro, que é bem convencional. Como anda devagar, pode funcionar melhor na coletânea que a DC promete para os próximos meses.
Green Lantern - Kurt Busiek criou uma trama divertida, preparou terreno e tudo está pronto para acabar bem. Mas ainda falta um empurrão para a HQ andar.
Metamorpho - Neil Gaiman e Mike Allred fazem o que se espera da dupla: transformam Metamorfo em um herói muito interessante. A pegada da história são as aventuras de exploradores tipo Indiana Jones.
Teen Titans - A arte é bacana, mas o roteiro de Eddie Berganza não vai além do básico da série mensal: dramalhão familiar.
Strange Adventures - Paul Pope vem fazendo uma boa HQ com Adam Strange. O roteiro não chega a ser genial, mas é excelente para o artista mostrar o que tem de melhor: seu traço surpreendente.
Supergirl - Jimmy Palmiotti faz uma história de humor, baseado na velha ideia cartunesca de animais que perseguem animais. Aqui, a supergarota vai atrás de Krypto e Streaky. O traço de Amanda Conner caiu perfeitamente bem.
Metal Men - O roteiro de Dan DiDio é convencional e pouco empolgante. Ficaria bem numa revista regular, mas Wednesday Comics pede mais.
Wonder Woman - É uma decepção: a arte de Ben Caldwell é linda, mas está escondida em quadros muito pequenos. Aí, a narrativa vai pro espaço, e junto com ela a tentativa de emular Little Nemo in Slumberland, outro clássico dos quadrinhos dominicais.
Sgt. Rock - Os Kubert fazem uma HQ de guerra excepcional. Trancar o Sargento Rock numa sala de tortura foi um achado que acelerou a tensão da trama.
The Flash - A divisão da HQ em duas séries, uma com Flash e outra com Iris Allen, sua mulher, deu um bom ritmo para a HQ. A trama em si não tem nada de especial, mas os dois eixos narrativos paralelos dão charme para a aventura.
The Demon and Catwoman - Mais uma história convencional, que pode funcionar bem quando compilada em álbum, mas que seriada anda muito lentamente. Para dar uma ideia: esta é a primeira aparição de Etrigan, e o demônio e a Mulher-Gato ainda não se encontraram.
Hawkman - Um espetáculo de HQ, algo nada surpreendente quando se trata de Kyle Baker. O autor usou até aqui um contexto tenso para a trama. E funcionou muito bem.
Mesmo com alguns roteiros abaixo da média, a arte ainda é um destaque em Wednesday Comics, em todas as séries. E, com o formato grande das edições originais, nada é mais natural.
Classificação: