Wednesday Comics Hardcover
Editora: DC Comics - Edição especial
Autores: Batman - Brian Azzarello (roteiro), Eduardo Risso (arte) e Patricia Mulvihill (cores);
Kamandi - Dave Gibbons (roteiro) e Ryan Sook (arte);
Superman - John Arcudi (roteiro), Lee Bermejo (arte) e Barbara Ciardo (cores);
Deadman - Dave Bullock (roteiro e arte), Vinton Heuck (roteiro) e Dave Stewart (cores);
Green Lantern - Kurt Busiek (roteiro) e Joe Quiñones (arte);
Metamorpho - Neil Gaiman (roteiro), Michael Allred (arte) e Laura Allred (cores);
Teen Titans - Eddie Berganza (roteiro) e Sean Galloway (arte);
Strange Adventures - Paul Pope (roteiro e arte) e José Villarrubia (cores);
Supergirl - Jimmy Palmiotti (roteiro), Amanda Conner (arte) e Paul Mounts (cores);
Metal Men- Dan DiDio (roteiro), José Luis García-López (desenhos), Kevin Nowlan (arte-final) e Patricia Mulvihill (cores);
Wonder Woman- Ben Caldwell (roteiro e arte);
Sgt. Rock - Adam Kubert (roteiro) e Joe Kubert (arte);
The Flash - Karl Kerschl (roteiro e arte), Brenden Fletcher (roteiro) e Dave McCaig (cores);
The Demon and Catwoman - Walter Simonson (roteiro) e Brian Stelfreeze (arte);Hawkman - Kyle Baker (roteiro e arte);
Plastic Man - Evan Dorkin (roteiro) e Stephen De Stefano (arte);
The Creeper - Keith Giffen (roteiro) e Eric Canete (arte).
Preço: US$ 49.99
Número de páginas: 200
Data de lançamento: Junho de 2010
Sinopse
Encadernado da série semanal Wednesday Comics, em formato tabloide, que resgatou os antigosSunday Comics, cadernos coloridos de quadrinhos encartados nos jornais aos domingos.
O nome da série faz alusão ao dia de distribuição semanal - toda quarta-feira (wednesday) - das revistas em quadrinhos nos Estados Unidos.
Nesta edição especial, mais duas HQs de uma página foram acrescentadas, além de um caderno de sketches de todas as histórias e biografias resumidas dos artistas.
Positivo/Negativo
A iniciativa da DC Comics, resgatando um pedaço importante da história dos quadrinhos ao publicar uma série semanal literalmente na forma de jornal, não valeu apenas pelo saudosismo que acometeu leitores antigos e aguçou a curiosidade dos mais novos.
O resultado foi mais além. Trouxe um alento para a atual fase - que já se estende desde muitos anos - dos gibis de super-heróis, cheia de amarras cronológicas, aventuras interligadas, sagas intermináveis e um vira e mexe nos conceitos e biografia dos personagens.
Em Wednesday Comics, 15 aventuras de 12 páginas cada, estreladas pelas principais criações da DC - além de algumas pouco conhecidas pelo grande público -, trazem histórias fechadas não apenas na trama em si, mas independentes de conhecimentos prévios sobre personagens ou eventos importantes de sua vida editorial.
Quando isso foi necessário, soluções simples e criativas foram usadas. Como na aventura do Metamorfo, uma das melhores da série, em que tiras de rodapé (com arte no estilo reticulado dos gibis antigos) são protagonizadas por crianças respondendo as "cartas dos leitores" com dúvidas sobre o herói e seus coadjuvantes.
Ou, então, resumos de poucas linhas sobre a vida editorial do personagem, ao lado do titulo, resolveram a questão.
Começando a leitura, a primeira história é detetivesca, como manda o figurino de uma boa aventura de Batman e o que se espera da dupla criativa formada por Brian Azzarello e Eduardo Risso.
Pode não ser uma das melhores já protagonizadas pelo Cavaleiro das Trevas, mas é densa do começo ao fim e consegue reunir em poucas páginas vários elementos tradicionais desse estilo de trama, sem esquecer de que se trata de uma história de super-herói.
No entanto, há outras HQs de maior destaque, como Kamandi (com o personagem clássico de Jack Kirby, uma espécie de Príncipe Valente de um futuro pós-apocalíptico), em que a arte soberba de Ryan Sook salta aos olhos; Superman, com a ilustração primorosa de Lee Bermejo emoldurando um roteiro psicológico - e não menos movimentado - de John Arcudi; Green Lantern, que se passa na década de 1960; Metal Men, cujos desenhos de José Luis García-López dispensam comentários; Sgt. Rock, com a Companhia Moleza em mais um tenso conflito contra nazistas; e The Flash, com o velocista escarlate em reviravoltas temporais e histórias paralelas com Iris West e Gorilla Grod.
The Demon and Catwoman, por mais estranho que possa parecer um crossover entre Mulher-Gato e Etrigan, surpreende positivamente.
Da mesma forma, Deadman transforma as comumente insossas HQs do Desafiador em uma aventura interessante.
Metamorpho traz ainda duas curiosidades: uma sequência disfarçada de jogo de tabuleiro - que produz certa interatividade se o leitor resolver participar da brincadeira - e uma página dupla transformando a perseguição de Metamorfo e Garota Elemental ao vilão Argon (Argônio) em um passeio pela tabela periódica (com direito às letras dos símbolos de cada elemento químico destacadas nas palavras dos balões de diálogos).
Supergirl cai num meio termo: não é ruim, mas não faria falta se estivesse fora de Wednesday Comics. Vale pelo bom humor e os simpáticos desenhos de Amanda Conner.
Strange Adventures, com Adam Strange, traz um inspirado Paul Pope no roteiro e na arte, que remetem ao estilo dos quadrinhos europeus e têm bastante semelhança com a série O Guerreiro do Arco-Íris, de François Corteggiani e Victor de La Fuente.
E a matadora Hawkman, com o Gavião Negro de Kyle Baker, mistura naves espaciais, dinossauros e outros elementos num roteiro instigante e uma arte nada menos que espetacular.
Tanta variedade de estilos gráficos, entretanto, resultou em alguns tons dissonantes.
É o caso de Teen Titans, em que os desenhos muito estilizados e as cores "aguadas" devem agradar mais ao público infanto-juvenil que assiste às reprises da série animada dos personagens.
Isso também vale para a arte de Ben Caldwell na experiência onírica de Wonder Woman, que, além de tudo, é uma viagem surreal enfadonha, com imagens caóticas, dezenas de quadros em uma única página e um visual cansativo.
Fechando a edição, Wednesday Comics Hardcover apresenta duas HQs de uma página: Plastic Mane The Creeper, estreladas, respectivamente, por Homem-Borracha - essencialmente de humor, com desenhos bem ao estilo Hanna-Barbera e nem de longe parecida com uma típica aventura de super-herói, mas mesmo assim bem divertida - e Rastejante, sombrio e assustador, como sempre.
Este encadernado, se acabou perdendo o clima e o conceito originais de um Sunday Comics, ganhou valor ainda maior como item de colecionador.
O impacto visual é muito forte. Não é todo dia que se lança um livro de quadrinhos com 200 páginas em papel couché, capa dura, tamanho gigante (35,6 x 51 cm) e uma grande variedade de consagrados nomes - antigos e contemporâneos - da nona arte.
A partir da capa, seguindo pelo frontispício e passando pelo editorial (uma ode saudosista do diretor de arte Mark Chiarello, lembrando os bons tempos das tiras dominicais coloridas e agradecendo à DC por trazê-los de volta), folheando a edição inteira ou mesmo pulando até as páginas de esboços, é difícil resistir ao impulso de tocar as cores vivas com os dedos e girar os olhos em todos os ângulos possíveis para apreciar cada detalhe das artes.
Queira ou não, o colecionador terá sempre esta edição guardada em lugar de destaque na prateleira da estante.
Afinal, até mesmo por seu tamanho descomunal, o livro não passa despercebido.
Classificação