WHO FIGHTER E O CORAÇÃO DAS TREVAS
Editora: HQM Editora - Edição especial
Autores: Seiho Takizawa (roteiro e arte).
Preço: R$ 14,90
Número de páginas: 208
Data de lançamento: Julho de 2010
Sinopse
Who Fighter - Após o que parecia ser uma grande bola de fogo ser derrubada durante uma missão da aeronáutica japonesa em plena Segunda Guerra Mundial, acontecimentos bizarros mudam a vida do tenente Kitazawa.
O Coração das Trevas - Baseado no romance homônimo de Joseph Conrad, este conto explora toda a incoerência da guerra, por meio da visão reflexiva do primeiro-tenente Maruo.
Tanques - História curta que mostra a guerra por intermédio da evolução dos tanques.
Positivo/Negativo
Quando a HQM anunciou, em outubro de 2008, ter comprado os direitos para publicar o encadernado Who Fighter with Heart of Darkness, da subsidiária da Dark Horse, o que mais chamou a atenção foi o fato de ser um mangá publicado pela casa de Hellboy e Sin City. Afinal, até então, nenhum trabalho de Seiho Takizawa havia sido lançado em português.
Passados quase dois anos, quando não era mais esperado, a editora brasileira desengavetou o mangá e o lançou para marcar a inauguração do selo HQMangá. Demorou, mas valeu a espera.
A edição já chama a atenção pela belíssima capa, na qual a arte não se assemelha
àquela comumente utilizada nos mangás, com olhos enormes e muito nonsense.
O traço realista de Takizawa segue mais na linha do desenho de Jiro Taniguchi,
e combina bem com o clima sombrio do roteiro.
A primeira HQ, Who Fighter, explora o mistério dos Foo Fighters, grandes bolas de fogo que supostamente teriam aparecido diante de caças de guerra de diversos países entre 1941 e 1960.
Apesar de não haver nenhum relato do fenômeno pela aeronáutica japonesa, Takizawa utiliza bem a estrutura militar nipônica do período, dando credibilidade e profundidade ao roteiro, mesmo em momentos mais bizarros. A história fecha o mistério com um misto de algumas teorias existentes.
A segunda história adapta o clássico de Joseph Conrad, O Coração das Trevas, fonte de inspiração também para Francis Ford Coppola e John Milius, roteiristas de Apocalypse Now.
Mesmo passando a impressão de ter se baseado mais no filme do que no livro, o autor mantém a competente reflexão sobre a condição humana e a ética durante a guerra, mesmo com um roteiro mais truncado que o anterior.
Fecha o encadernado a curta Tanques, que mostra a evolução dos tanques de guerra, usando essa linha do tempo para questionar a existência da guerra. A história perde um pouco da pegada das demais, com uma crítica rasa e pouca eficiente, mas que fecha bem o mangá.
A edição está caprichada, com impressão de boa qualidade, mantendo a leitura oriental e com um posfácio divertidíssimo, escrito pelo próprio Takizawa.
A edição só peca pelos balões extremamente confusos, que chegam a atrapalhar a fluência da leitura em alguns momentos e pelas notas de rodapé sem indicação.
Se você gosta do clima de terror tenso de mangás e de boas histórias de guerra e conspiração, esta é uma boa pedida.
Classificação: