WILD BILL ESTÁ MORTO
Título: WILD BILL ESTÁ MORTO (Mythos
Editora) - Edição especial
Autor: Hermann (textos e desenhos).
Preço: R$ 12,90
Número de páginas: 56
Data de lançamento: Novembro de 2006
Sinopse: No ano de 1876, em Deadwood, Dakota, um jovem chamado Melvin testemunha a chacina de uma família de mineradores. Ao mesmo tempo, o lendário "Wild Bill" Hickok é assassinado em um saloon na cidade, fato que desperta toda a atenção da população e das autoridades locais e faz com que sejam infrutíferas as tentativas do rapaz de avisar sobre o crime que presenciou.
Melvin decide vingar a morte da família (que incluía a garota Celinda, por quem estava apaixonado e a quem prometera casamento quando atingissem a idade adulta). A partir daí, ele inicia uma perigosa jornada pelo Oeste norte-americano, vivendo por anos as mais perigosas aventuras até consumar a sua missão.
Positivo/Negativo: Mais uma obra do belga Hermann aporta no Brasil. Criador da série Comanche (em parceria com o roteirista Michel Greg), publicada pela Editora Vecchi nos anos 1970, e da graphic novel Caatinga (Editora Globo, 1998), o autor volta às bancas tupiniquins com uma história em quadrinhos mediana.
A soberba arte pintada de Hermann é o destaque de Wild Bill está morto, mas mesmo nesse quesito deve-se registrar que as mulheres desenhadas por ele carecem de um mínimo de beleza - o mesmo acontece com as figuras masculinas, mas as damas é que mereciam um tratamento melhor.
O enredo tem uma boa premissa e momentos razoáveis (como o duelo entre Melvin e os bandidos no final). Mas, além de o personagem histórico do título nem aparecer e não ter nada a ver com a trama - a não ser pelo fato de que sua morte em um saloon desvia a atenção de um massacre ocorrido a poucos quilômetros dali -, tudo acontece em um ritmo rápido demais para uma trama que tinha cartucho para se estender, no mínimo, por mais uma edição ou o dobro de páginas.
Alguns personagens e situações, que poderiam ser mais bem explorados, também desaparecem antes que isso aconteça, deixando no ar a sensação de que não contribuíram em nada para a história.
E duas perguntas ainda ficaram sem respostas: quem (e por que razão) matou um dos integrantes do bando de criminosos no começo da aventura? E por que a família de Celinda foi assassinada?
Talvez uma segunda ou terceira leitura desta graphic novel esclareça essas dúvidas, se é que as respostas estão escondidas nas entrelinhas. Mas o problema é que apenas as duas páginas com o excelente texto (e belas imagens) sobre "Wild Bill" Hickok, escrito pelo editor Fernando Bertacchini, despertam a vontade de uma releitura.
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