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WILDC.A.T.S - GUERRA DE GANGUES

1 dezembro 2008


Autores: WildC.A.T.S # 28 - Alan Moore (texto), Travis Charest, Aron Wiesenfeld (desenhos), Dave Johnson (desenhos e arte-final) e JD (arte-final);

WildC.A.T.S # 29 - Alan Moore (texto), Travis Charest, Ryan Benjamin (desenhos), JD, Richard Friend, Marc Irwin e Luke Rizzo (arte-final);

WildC.A.T.S # 30 - Alan Moore (texto), Travis Charest, Ryan Benjamin (desenhos), Richard Friend, Sal Regla, Sandra Hope, John Tighe, Marc Irwin e Luke Rizzo (arte-final);

WildC.A.T.S # 31 - Alan Moore (texto), Travis Charest (arte), Jim Lee, Josh Wiesenfeld (desenhos) e Richard Bennett (arte-final);

WildC.A.T.S # 32 - Alan Moore (texto), Mat Broome, Jim Lee, Pat Lee (desenhos), Trevor Scott, Jason Gorder e Richard Bennett (arte-final);

WildC.A.T.S # 33 - Alan Moore (texto), Mat Broome (desenhos), Troy Hubbs e Scott Taylor (arte-final);

WildC.A.T.S # 34 - Alan Moore (texto), Mat Broome, Rob Stotz (desenhos), JD, Sandra Hope, Trevor Scott, Troy Hubbs e Scott Taylor (arte-final);

WildC.A.T.S # 50 - Alan Moore (texto), Travis Charest (desenhos) e JD (arte-final).

Preço: R$ 36,90

Número de páginas: 192

Data de lançamento: Maio de 2008

Sinopse: Os WildC.A.T.S originais, então dados como mortos, voltam à Terra - e descobrem um Universo Wildstorm tomado por uma violenta guerra de gangues.

Positivo/Negativo: Ao olhar atentamente o logotipo de WildC.A.T.S, bate uma dúvida: o que exatamente está escrito ali? ML DC Rats? Wil DC A.T.S? E o que é Covert Action Teams?

Além de ser medonha de dar dó, a marca é hermética. Para lê-la com exatidão, é pré-requisito saber do que se trata.

A observação pode parecer um detalhe bobo, mas é sintomática sobre a origem e a natureza de WildC.A.T.S O título é uma cria do mercado direto dos quadrinhos norte-americanos, em que os produtos são propagandeados a mancheia com antecedência e encomendados por catálogo em lojas especializadas.

A capa acaba, portanto, sendo mais um objeto de devoção estética do que um chamariz para o leitor que já está entranhado nos quadrinhos - e pouco atraente para quem está por fora.

A Image Comics, editora que publicava WildC.A.T.S na época em que essas histórias foram lançadas, foi criada em cima desses preceitos. O resultado foi tenebroso, marcando os anos de 1990 como um período em que os quadrinhos mergulharam num lamaçal de falta de estética e originalidade.

A Era Image ficou conhecida pelos roteiros pífios e por artes especialmente feias, com erros grotescos de proporção, detalhes distorcidos e hachuras despropositadas, mas ainda assim bastante chamativas. Seus heróis, anabolizados e cobertos por armaduras, estavam mais para marombeiros entubados do que para salvadores do mundo. Enfim, uma catástrofe completa.

Diante de um cenário desses, WildC.A.T.S de Alan Moore definitivamente se destaca. O autor inglês, de Watchmen e Lost Girls, tido como um dos melhores quadrinhistas do mundo, é o mote para o lançamento da edição.

A arte, como não podia deixar de ser, não é lá essas coisas. Tem lá suas distorções e sua feiúra bastante particular. Os estilos deste volume são bastante irregulares, pois mais de 20 artistas contribuem. Há até a participação de Jim Lee, um dos desenhistas mais icônicos do período, e de Pat Lee, dono de traços especialmente pavorosos.

Mas o roteiro, ao menos, é interessante. Mesmo sem fugir do gênero Image e carregando consigo parte dos defeitos da época, Moore tem sucesso. Há boas seqüências de ação, algumas reviravoltas emocionantes e um punhado de sacadas espertas - como o bar Clark's, em homenagem ao Superman.

O maior defeito do roteiro é o vaivém de vários personagens muito parecidos. Às vezes, é preciso voltar algumas páginas para ver quem é quem. A compreensão também é prejudicada pela ausência de versões nacionais para outras séries publicadas na época.

Nem mesmo os textos explicativos que constam da edição conseguem desvendar suficientemente, por exemplo, o time Stormwatch, um antecessor de Authority.

Além disso, é preciso levar em conta que, perto da obra de Alan Moore, Guerra de gangues é definitivamente um trabalho menor. Há roteiros dele mais interessantes mesmo no período em que colaborou com a Image, como a série Supremo, lançada no Brasil pela extinta Brainstore e, mais recentemente, pela Devir.

Outro ponto a ser considerado é o excesso de erros da edição nacional. Chega a ser constrangedor comentar aqui que o prefixo "super" está hifenizado de maneira errada justamente em um HQ de super-heróis, em que evidentemente abundam expressões que o utilizam.

Mas a verdade é que, na medida em que as páginas passam, encontra-se "super-poderosos" (páginas 8 e 27), "super-guerra" (página 21), "super-vilão" (página 109), "super-vilões" (p. 22), "super-seres" (páginas 48, 89 e 92) e por aí vai.

Há, ainda, todo um sortimento de outros erros, como "afim" em vez de "a fim" (página 46), "Américas" com acento em uma expressão em inglês (página 47), "válido" em vez de "valido" (página 49) e outros.

Alguns pontos agravam esses erros. O primeiro diz respeito justamente a um compromisso firmado pela Pixel no começo deste ano. Diante de um volume grande de erros de português, a editora emitiu um comunicado em que prometia resolver o problema.

Outro aspecto tem a ver com a natureza do álbum. Voltado para livrarias, WildC.A.T.S tem um preço mais elevado. Nesses casos, pressupõe-se uma contrapartida por parte da editora: um zelo maior com a edição.

Para piorar a situação: este álbum saiu com meio ano de atraso em relação ao anúncio inicial e, comparando com o primeiro volume da coleção, saiu com um caderno a menos e custando R$ 7,00 a mais.

O aumento de preço, claro, se justifica de várias formas: desde reajustes de fornecedores até adequação ao tamanho do mercado. Mas a falta de cuidado, ainda mais depois de se assumir um compromisso, é difícil de entender.

Classificação:

4,0

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