WOLVERINE – ARMA X
Título: WOLVERINE - ARMA X (Panini
Comics) - Livro de bolso
Autor: Marc Cerasini.
Preço: R$ 15,90
Número de páginas: 320
Data de lançamento: Dezembro de 2006
Sinopse: No passado, ele foi um valioso agente das forças especiais canadenses. Agora, porém, o homem conhecido apenas como Logan enfrenta tempos difíceis. O alcoolismo, a lembrança de uma desastrosa missão na Coréia do Norte e um sinistro segredo conhecido apenas por ele mesmo castigam sua alma atormentada.
Reduzido ao nível de um vagabundo briguento e criminoso desprezível em fuga após um assassinato, ele é repentinamente capturado e levado para um complexo de pesquisas científicas nas Rochosas Canadenses.
O objetivo: torná-lo cobaia de um ultra-secreto experimento.
Sob direção do brilhante, inescrupuloso e enigmático Professor X, Logan inicia um agonizante processo de transformação para domar seus poderes mutantes e se transformar na Arma X - uma implacável e indestrutível máquina assassina, um arauto da destruição com garras retráteis do metal mais resistente do que o diamante e habilidade de regenerar-se após qualquer ferimento.
No entanto, enquanto a mente e o corpo de Logan são torturados por aqueles que buscam dominá-lo, seus algozes subestimam sua força de vontade, herança secreta e destino maior do herói, provocando resultados ainda mais catastróficos.
Positivo/Negativo: Esta é uma versão romanceada da clássica história em quadrinhos Arma X, escrita e desenhada por Barry Windsor-Smith.
Indiscutivelmente um marco na indústria das HQs de super-heróis para a época, marcou os leitores por mostrar como Wolverine, o mais popular dos X-Men, adquiriu o adamantium em seu esqueleto.
Além disso, por ter sido produzida no início dos anos 90 (entre fevereiro e agosto de 1991), é uma das poucas obras a merecer destaque na década que viria a ser marcada pela qualidade duvidosa da maioria dos quadrinhos de super-heróis.
Em 2005, quando a Marvel apostou no escritor Marc Cerasini para produzir a versão em prosa da obra de Windsor-Smith, acertou "na mosca".
Quando se adapta um livro para a arte seqüencial, quase sempre é inevitável suprimir alguns trechos, para que a história "caiba" no número determinado de páginas e não fique cansativa. No entanto, ao fazer o contrário, a liberdade do autor muitas vezes gera resultados positivos - como é o caso de Arma X.
O livro se mantém fiel a cada instante da trama original, seja nos diálogos, na descrição das cenas ou, mais importante, na construção dos personagens. Cerasini soube respeitar e manter a caracterização dos principais personagens - Professor X, Carol Hines, Dr. Cornelius e Logan - e ainda abranger as qualidades e defeitos de cada um, narrando suas intimidades e explorando de seus passados, emoções, medos e anseios enquanto estavam envolvidos no projeto.
Tomando emprestado o que disse Larry Hama em seu epílogo na versão encadernada da HQ (relançada em 2003 pela Panini), "Os personagens conversam e agem como são na realidade. Vamos descobrindo coisas sobre eles do mesmo modo que acontece com as pessoas de verdade, de forma não-linear". Tal trecho pode ser posto também a favor da versão de Cerasini.
A narrativa fica divida entre todos esses indivíduos e oi leitor conhece seus pontos de vista acerca de determinados momentos da trama. Há até a inclusão de um novo protagonista - um dos soldados que fazem a guarda do complexo - que na HQ aparece como um mero coadjuvante, mas aqui ganha um status maior ao ter relatado o seu dia-a-dia e inclusive um encontro passado com Wolverine.
O destaque, claro, é Logan. Paralelamente a história principal, o autor cria uma segunda trama focalizada em algum momento do passado recente do mutante, no qual ele relembra cada instante de uma missão na Coréia do Norte e seu envolvimento com outras pessoas que encontrou durante sua tarefa enquanto era agente do governo.
Essas duas narrativas são bem localizadas no tempo, sem que uma interfira negativamente na outra. Em certos instantes, nota-se uma incrível sincronia do livro com as seqüências originais da HQ.
Mas, infelizmente, nem tudo merece elogios. Este foi o terceiro lançamento da linha Marvel Pocket Book no Brasil e a Panini deveria ter dado mais atenção à revisão, o que evitaria diversos incômodos que aparecem na hora da leitura.
O que não faltam, assim como nos dois livros anteriormente lançados (Homem-Aranha - Ruas de Fogo e X-Men - Espelho Negro), são erros de acentuação, concordância e digitação. Até o nome do autor sofre deste descaso: na capa e na lombada é escrito Marc Cerasini, enquanto no miolo, acima de cada página, vem como Serasini.
Para um livro em papel popular e com o preço relativamente alto, determinados cuidados gráficos deveriam ter sido levados mais em conta. É o mínimo exigível.
Mesmo com essas mancadas, o livro é uma boa pedida de leitura para quem deseja sair um pouco da praia dos quadrinhos e experimentar um romance protagonizado por um herói.
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