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WOLVERINE - DURO DE MATAR

3 julho 2009


Autores: Warren Ellis (texto), Leinil Francis Yu (desenhos), Edgar Tadeo, Gerry Alanguilan (arte-final), Jason Wright (cores), Eduardo Tanaka e Fernando Lopes (tradução e adaptação).

Preço: R$ 18,90

Número de páginas: 120

Data de lançamento: Abril de 2009

Sinopse: Wolverine e o matador escocês McLeish, o Fantasma Branco, se encontraram no Japão há mais de uma década. Mas é no presente que o confronto entre os dois chega a seu mais novo - e perigoso - round.

Positivo/Negativo: O mutante Wolverine é o melhor no que faz - e se o que faz é ajudar a vender quadrinhos, ele mata a pau.

Trata-se, afinal de contas, de um best-seller entre os super-heróis - tanto que, além da revista própria, aparece mensalmente em pelo menos mais quatro títulos da linha Marvel no Brasil.

Antes de o filme ser lançado, a Panini preparou um pacote generoso para bancas e livrarias para tentar içar leitores para suas revistas. Agora que o longa saiu, eles chegaram.

Duro de matar é um desses lançamentos. Sua isca são dois criadores, Ellis e Leinil Yu, que, nos últimos anos, escalaram degraus nas escadarias do hall da fama das HQs.

O roteirista ganhou notoriedade por transitar com dignidade entre HQs mais experimentais e aventuras pop e entre o mundo independente e as revistas de heróis.

Já o desenhista tem feito trabalhos de peso na Marvel. É, por exemplo, o titular de Invasão secreta, arrasa-quarteirão em andamento no Brasil.

O curioso é que muito do que se vê hoje no trabalho dos dois já aparecia em Duro de matar, obra de 1997 - publicada por aqui pela primeira vez em 1999, pela Abril Jovem.

O roteiro, por exemplo, apresenta uma boa história de ação, com alguns diálogos e situações interessantes. É uma HQ competente, que diverte. Mas fica bem aquém dos melhores trabalhos de Ellis - o que não é incomum, pois o autor é afamado por não ter uma produção esmerada para obras cuja propriedade é de grandes editoras.

Também há características reconhecíveis na arte estilizada de Leinil Yu de dez anos atrás. A mais gritante é a confusão visual de algumas cenas, que exigem releitura para que se entenda o que está acontecendo - imperdoável para uma trama de ação! Além disso, o traço é pouco elegante: abusa de clichês e muitos personagens têm rostos bastante parecidos.

Há limitações do texto e da arte, portanto, mas nada que chegue a atrapalhar de verdade o bom andamento desse thriller de ação em duas linhas temporais.

O que piora mesmo a situação são as cores de Jason Wright: berrantes, mal equilibradas, poluídas com efeitos de dégradé produzidos em um editor de imagens digital qualquer. O resultado é uma HQ feia, com aparência de material de quinta, feito nas coxas - coisa que Duro de matar não é.

Outro problema é a carência de contextualização da edição. É que Wolverine aparece com garras de osso - um detalhe que marcou uma fase do herói, mas que há tempos já ficou para trás, como demonstra a última capa da galeria que encerra o álbum.

Entretanto, não há menção alguma de quando e por que isso aconteceu - e aí, no pantanoso terreno da incongruência e da desinformação, é que novatos fisgados por Hollywood costumam meter os pés pelas mãos e arremessar a revista longe para nunca mais voltar.

A propósito: há um pega-ratão escancarado na revista, perfeito para atrair os recém-chegados. É que as artes de capa publicadas no miolo da revista escondem um detalhe intrigante: em todas, o mutante veste seu uniforme. Idem para a capa do álbum em si.

Até aí, tudo bem: ele é um super-herói. O problema é que Wolverine só usa seu bonito spandex na vitrine: lá dentro, está com roupas civis durante todas as quatro partes da aventura.

Para a história, a roupa não faz muita diferença. Mas o hábito faz o monge, sim, e revela muito sobre os alicerces sobre os quais o selvagem Wolverine foi transformado em um multicolorido vendedor de gibis.

 

Classificação:

4,0

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