No fim de 2010, o autor Daniel Lieske lançou o primeiro capítulo de WormWorld Saga, causando alvoroço na internet, com uma HQ que explorava os recursos digitais com mestria e sofisticação.

Só que o processo é trabalhoso e Lieske levou exatamente um ano para lançar o segundo capítulo, o que se torna uma faca de dois gumes. Por um lado, o autor tem tempo para se dedicar e produzir uma HQ de extrema qualidade. Por outro, sua narrativa demanda interação com os personagens e, com a demora, muita gente acaba deixando WormWorld Saga de lado.

Felizmente, o autor optou pela qualidade e entrega isso aos leitores que perseveraram à espera da continuação. E valeu a pena.

A começar pela manutenção do ponto alto da HQ, o formato: uma página infinita no qual os quadros vão se sobrepondo às imagens de fundo, formando um belo painel que seria impossível de ser reproduzido em papel.

Por si só, o formato da narrativa é genial, mas a arte de Lieske completa o pacote. Com uma apurada técnica de pintura digital, que deixa tudo com texturas extremamente reais, sem muito esforço o leitor é transportado para dentro da história.

O único senão é que o roteiro não está no mesmo patamar da arte e da apresentação. Não que seja ruim, pois é uma história que cumpre bem seu propósito, se enquadrando perfeitamente no gênero juvenil fantástico. Só que no texto de Lieske não experimenta como faz na narrativa visual, nem é virtuoso como a pintura dos quadros. É apenas competente, e como todo o resto é extraordinário, o leitor fica mal-acostumado.

Quem quiser saber mais da saga de WormWorld Saga só precisa acessar o site oficial, no qual estão todos os capítulos da história. Aproveite e divulgue para seus amigos. Quem sabe se, com mais sucesso, Lieske não apressa a produção dos próximos capítulos...