X #2
Título: X # 2 (Editora JBC) - Revista mensal
Autores: Grupo Clamp (Nanase Ohkawa, Mokona Apapa, Mick Nekoi e Satsuki Igarashi).
Preço: R$ 9,80
Número de Páginas: 192
Data de lançamento: Janeiro de 2004
Sinopse: Se Kamui soubesse que tanta gente ia ficar interessada nele, provavelmente jamais voltaria para Tóquio. Ferido e inconsciente após lutar contra Saiki, o "herói" nem imagina que outros dois paranormais estão brigando por sua causa, bem na frente da casa de Fuuma e Kotori.
O duelo termina rapidamente em empate, graças à intervenção involuntária de Fuuma, mas um dos beligerantes, o tagarela Sorata Arisugawa, consegue se encontrar com Kamui e conversar um pouco sobre o destino dele.
Enquanto isso, os sonhos misteriosos que anunciam o fim do mundo prosseguem e, pouco a pouco, o leitor fica sabendo mais sobre o papel de Kamui e dos outros paranormais.
O ritmo da narrativa flui do passado, mostrando lembranças de Kamui, Fuuma e Kotori, para o futuro, no qual a morte horrenda de um dos personagens é profetizada.
De volta ao presente, uma luta sangrenta e um roubo vão trazer mais aborrecimentos para Kamui. Para azar dele, isso é apenas o início da grande batalha que vai decidir o destino da humanidade.
Positivo/Negativo: Das obras do Clamp que a JBC trouxe ao Brasil, X é a única que faz parte da, digamos, cronologia oficial do grupo. Sakura Card Captors era um mangá quase infantil, no qual as batalhas jamais eram de vida ou morte. Rayearth era de fantasia, no qual a aventura e a magia falavam mais alto. Chobits é uma comédia romântica com alguns toques de ficção científica.
X é bem diferente desses outros trabalhos, a começar pela total ambigüidade no posicionamento dos personagens (não foi por acaso que o termo herói apareceu entre aspas, na referência a Kamui).
Não há até agora uma definição exata entre bem e mal, não se sabe quem são os vilões e o que eles querem. Sabe-se apenas que o fim do mundo esta próximo e que o único que pode impedi-lo é Kamui, isto é, se ele quiser fazer isso.
O mangá também tem um forte apelo espiritual, misturando elementos budistas, hindus e chineses para realçar o impacto apocalíptico da história. Embora não seja necessário, algum conhecimento prévio da cultura oriental torna a leitura mais rica. Por exemplo, novamente se adota o uso de estrelas ou constelações para dar nomes e definir o jeito de ser dos personagens. É isso que estabelece o manjado conflito entre dois grupos de sete integrantes, já visto em Fushigi Yûgi, da Conrad Editora.
Se os temas não são novos e o roteiro ainda é um pouco confuso, pelo menos a parte gráfica de X merece elogios. Com uma diagramação ousada, principalmente para retratar os flashbacks e visões do futuro, o mangá transmite imagens tanto políticas quanto assustadoras, sempre com bastante competência, alternando traços suaves e fortes.
É esse visual arrebatador que tornou as meninas do Clamp famosas no Japão, e que vemos agora pela primeira vez no mesmo formato em que foi publicado lá.
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